Lasier pede socorro a ministro para evitar colapso da Barragem de Amarópolis
Metade das 44 comportas da barragem estão danificadas, baixando o nível da água e prejudicando pescadores, mineradoras e agricultores
O senador Lasier Martins (Pode-RS) liderou a comitiva gaúcha de políticos e representantes
de entidades empresariais que se reuniu na manhã desta quinta-feira (23) com o
ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para pedir ao governo reparos
urgentes na barragem fluvial de Amarópolis, em General Câmara, eu está ameaçada
de colapso.
Os presentes argumentam que a eclusa no Rio Jacuí, sem manutenções ao longo dos
seus 40 anos, carece há cinco anos de investimento mínimo estimado em R$ 8
milhões para operar na normalidade e não ruir.
- Contamos com a competência e a sensibilidade do ministro para enfrentar esse
drama - afirmou Lasier.
Metade das 44 comportas da barragem, na vila histórica de Santo Amaro do Sul,
em General Câmara, estão danificadas, baixando o nível da água e prejudicando
pescadores, mineradoras e agricultores.
- Se a queda de alças de vazão da barragem continuar, haverá o caos no
transporte no estado, pois volumes de cargas equivalentes a 80 mil carretas por
mês serão transferidas às rodovias - sublinhou Fernando Machado, diretor do
Sindicato da Mineração de Brita, Areia e Saibro (Sindibritas).
Após ouvir o pleito, o ministro disse que reconhece “quadro de calamidade” nas
eclusas e que trabalhará para buscar soluções no menor prazo possível. Mas
ressaltou que a penúria fiscal sofrida pela União, com ampla limitação
orçamentária, impede a liberação de recursos não previstos para este ano. Ele
prometeu remanejar verbas de manutenção de emergência tão logo seja obtido
laudo sobre as intervenções requeridas em Amarópolis. Para isso, o Ministério
firmou parceria com o Departamento de Engenharia do Exército americano especializado
em eclusas para enviar seis técnicos.
Situação semelhante se repete em outras três barragens no estado: Bom Retiro do
Sul, no Rio Taquari, e Anel de Dom Marco e Fandango, no Rio Jacuí. Para a
restauração das quatro barragens, será preciso R$ 110 milhões. O senador
ressaltou também a situação de completo abandono do Porto de Estrela, no Rio
Taquari.
O prefeito de Vale Verde, Carlos Gustavo Schuch, acrescentou que as falhas na
barragem já são sentidas na economia da cidade dependente do campo e reserva
outros riscos para a atividade do turismo.
Além da falta de verbas para conservação de um patrimônio estimado em mais R$
1,5 bilhão, os representantes das empresas de transporte fluvial também
criticam o excesso de burocracia e os problemas de gestão.
- É lamentável que tenhamos de esperar até duas semanas por um conserto simples
ou uma lubrificação de engrenagem - disse Sandro Alex de Almeida, diretor do
Sindibritas.
O Rio Grande do Sul tem 800 quilômetros de hidrovias nas bacias dos rios Jacuí
e Taquari, que levam milhões de toneladas de commodities agrícolas e minerais,
como arroz e carvão, para o Porto de Rio Grande e para a região metropolitana
de Porto Alegre.
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