Projeto Sunrise: estudantes de Educação Física da Ulbra iniciam coleta de dados
Acadêmicos visitaram escolas em São Jerônimo e Charqueadas para estudo mundial que pretende mapear fatores que levam ao sobrepeso e obesidade entre crianças em idade pré-escolar

Acadêmicos do curso de Educação Física da Ulbra São Jerônimo iniciaram a coleta de informações do projeto Sunrise - estudo mundial que pretende mapear fatores que levam ao sobrepeso e obesidade entre crianças em idade pré-escolar.
O trabalho começou no domingo (27/04), com uma formação ministrada pela coordenadora de coleta de dados do projeto, Letícia de Borba Schneiders. No dia seguinte os estudantes foram a campo em busca das informações.
Durante a segunda-feira (28/04), eles aplicaram os primeiros testes em crianças da Escola Estadual de Educação Infantil Nelson Marchezan, em São Jerônimo.
Já em Charqueadas, na Escola Municipal Ensino Fundamental Thietro Antônio Pires, eles apresentaram o projeto para os pais das crianças participantes. Após a conclusão das entrevistas, inicia o processo de aplicação dos testes, o que deve acontecer na segunda quinzena do mês de maio.
Fazem parte da iniciativa os acadêmicos Jonathas Winck de Almeida, Aline da Silva Bittencourt, Isadora Vianna Ruiz e Eduardo da Silva Moraes, e os egressos da Ulbra São Jerônimo, Michele Leote Sampaio Foques e Carlos Kalicheski Heinrich. Juntos eles deverão coletar informações sobre os comportamentos de movimentos na primeira infância de 200 crianças da zona rural e urbana dos municípios de São Jerônimo, Charqueadas e General Câmara nos próximos meses.
Projeto Sunrise - o que é e como funciona
O projeto Sunrise é uma iniciativa global que investiga como os comportamentos de movimento impactam na saúde infantil. Com a participação de mais de 70 países, busca entender a influência da atividade física, do tempo sedentário e do sono no desenvolvimento de crianças entre 3 e 4 anos. É um estudo de vigilância, onde o objetivo principal é avaliar os comportamentos de movimentos na primeira infância, tendo como coordenador geral, o professor Tony Okely, da Universidade de Wollongong, da Austrália.
No desenvolvimento das ações, os pesquisadores vão às escolas e realizam reuniões com os pais ou responsáveis, onde apresentam o projeto e pedem autorização para realizar as avaliações. A partir disso, são feitos questionamentos sobre hábitos e comportamentos das crianças participantes e de suas famílias e as avaliações com as crianças acontecem no período escolar. Elas são compostas por testes motores, de força muscular, peso e estatura, além de testes cognitivos, que são indicadores relacionados à chance de desenvolver problemas de saúde na vida adulta.
Na fase final do estudo, as crianças saem com aparelhos chamados de acelerômetros que medem atividade física, tempo ocioso e qualidade do sono. Esses aparelhos devem ser usados por oito dias e depois são devolvidos aos pesquisadores. Neles são coletadas informações que serão analisadas e que poderão indicar se existe algum problema a ser corrigido ou se a criança está com seu desenvolvimento adequado.
As famílias recebem um relatório detalhado sobre a saúde das crianças referente aos comportamentos de movimentos, níveis de atividade física, tempo sentado, qualidade do sono, variáveis motoras, força muscular, peso, altura e testes cognitivos. As atividades também envolvem palestras abertas nas escolas para pais, professores e diretores.
No Brasil o estudo busca análise de crianças nas zonas rurais e urbanas nas cidades de Salesópolis (região Sudeste), General Câmara, São Jerônimo, Canguçu e Charqueadas (região Sul), João Pessoa (região Nordeste), Manaus (região Norte) e Campo Grande e Corumbá (região Centro-Oeste).
O projeto é administrado pelo Centro de Estudos, Pesquisa e Documentação em Cidades Saudáveis (CEPEDOC), coordenado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas em Atividade Física e Saúde da Universidade de São Paulo (GEPAF-USP) e por professoras de diferentes regiões do país, sendo financiado pelo CanadianInstitutesof Health Research, com o objetivo de comparação das crianças brasileiras com crianças do Canadá, da India e do Malawi.
O resultado desse estudo embasará ações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a promoção da saúde nessa faixa etária.
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