Ato de servidores em Triunfo gera conflito entre Sindicato e Prefeitura
Manifestação realizada no centro da cidade provoca reação da administração municipal, que divulgou nota de repúdio ao protesto

No último sábado (26/04), servidores públicos municipais de Triunfo realizaram uma caminhada pela Avenida Luís Barreto, organizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Triunfo (SIMTRI), com o objetivo de dialogar com a população sobre as consequências financeiras da possível retirada de direitos da categoria e do não pagamento do dissídio.
Segundo o sindicato, o ato transcorreu de forma pacífica e recebeu apoio de parte do comércio local, que demonstrou compreensão quanto às preocupações da categoria. Os servidores alertaram sobre o impacto da desvalorização salarial no poder de compra das famílias e nos serviços públicos oferecidos à população.
Contudo, a manifestação foi alvo de críticas por parte da administração municipal, que publicou nota oficial manifestando "veemente repúdio" à ação, especialmente por sua realização em frente ao Teatro Municipal, onde ocorria o Festival Dançando em Triunfo. O evento cultural contou com a participação de representantes de mais de 10 municípios e, segundo a prefeitura, foi prejudicado pela manifestação, o que teria afetado o público, os artistas e o comércio local.
No comunicado, o Executivo reconheceu a legitimidade das manifestações democráticas, mas classificou o local do protesto como inadequado. “Espaços destinados à cultura devem ser preservados para a celebração, a união e o fortalecimento da nossa comunidade”, afirmou a nota. A administração também criticou o impacto negativo na imagem do município.
Em resposta, o SIMTRI lamentou o posicionamento da Prefeitura, classificando-o como tentativa de deslegitimar um ato democrático e pacífico. Em nota, o sindicato reafirmou que o comércio foi receptivo e que a mobilização visou conscientizar a população sobre as perdas salariais e a gestão de recursos públicos pela atual administração.
“É inadmissível que uma Prefeitura com um número superior de secretarias do que a Capital do Estado do RS, que consome 8% da folha de pagamento com os subsídios dos agentes políticos (Prefeito, Vice, Secretários e CCs), venha ‘chorar’ por uma realidade que, se não está satisfatória, o único culpado é a municipalidade pela falta de gestão pública em aplicar os recursos públicos disponíveis. O Sindicato e seus representados não irão se calar diante de ofensivas da Administração Pública Municipal e irá buscar na união da categoria e no apoio da comunidade e comércio a ordem em meio à desordem causada em nosso município, onde interesses políticos se sobrepõe ao interesse público”, diz o Sindiato, que prometeu continuar mobilizando a categoria e buscando apoio da comunidade e do comércio.
O impasse evidencia o clima de tensão entre os servidores municipais e o Executivo de Triunfo, em um cenário que contrapõe reivindicações por valorização profissional e discussões sobre prioridades administrativas e uso dos espaços públicos.
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