Dólar tem forte queda e bolsa brasileira dispara após dados econômicos positivos
Índices são impulsionados por dados econômicos robustos do Brasil e incertezas sobre a economia dos Estados Unidos

O mercado financeiro brasileiro teve um dia positivo nesta segunda-feira (17/03), com o dólar registrando uma forte queda e a Bolsa de Valores disparando, impulsionados por dados econômicos robustos do Brasil e incertezas sobre a economia dos Estados Unidos.
Por volta das 13h31, o dólar à vista caía 1,01%, sendo negociado a R$ 5,685, seguindo a tendência de perdas observadas na semana anterior. Esse movimento ocorreu enquanto o índice DXY, que mede a força do dólar em relação a outras moedas globais, também recuava 0,36%, a 103,35 pontos. Em paralelo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, avançava 1,32%, alcançando 130.665 pontos, com grandes contribuições positivas de ações de empresas como Petrobras, Vale, Embraer e Itaú.
No cenário doméstico, os investidores estavam otimistas após a divulgação de números que superaram as expectativas em relação à atividade econômica no Brasil. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma prévia do PIB, teve uma alta de 0,9% em janeiro, superando a previsão de crescimento de apenas 0,22%. Na comparação anual, o índice registrou uma alta de 3,6%, refletindo uma recuperação econômica mais acelerada do que se esperava.
Além disso, o mercado reagiu de forma positiva aos dados de inflação. O Boletim Focus, publicado pelo Banco Central, indicou uma redução na previsão da inflação para este ano, passando de 5,68% para 5,66%. Em resposta a esse cenário, os economistas mantiveram a expectativa de um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, para 14,25% ao ano, durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrerá nesta semana. Essa expectativa também foi favorecida pelos dados que mostraram uma redução na previsão de crescimento do PIB, agora projetado em 1,99%.
Entretanto, o otimismo no mercado foi contrabalançado por preocupações internacionais. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, comentou recentemente sobre a possibilidade de uma recessão nos EUA, o que alimentou receios em torno da saúde da economia americana. Bessent afirmou que não há garantias de que os Estados Unidos evitarão uma recessão, destacando que a crise da Covid-19 era imprevisível, sugerindo que o futuro econômico também pode ser incerto. Esse cenário gerou cautela entre os investidores, que estavam atentos às possíveis repercussões de uma desaceleração nos Estados Unidos, a maior economia mundial.
Além disso, a instabilidade no Oriente Médio, com possíveis confrontos entre os EUA e os houthis no Iémen, também alimentou o clima de incerteza. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que o país continuará atacando os houthis até que cessem os ataques a embarcações no Mar Vermelho, o que gerou preocupações sobre os impactos no transporte de petróleo e na estabilidade dos mercados globais.
No entanto, o mercado financeiro brasileiro conseguiu se beneficiar de um apetite por risco global, com investidores voltados para moedas emergentes, como o real. No cenário internacional, também havia otimismo relacionado às medidas econômicas anunciadas pela China, que pretende estimular o consumo interno e impulsionar sua economia por meio de cortes nas taxas de juros e na redução das reservas bancárias obrigatórias.
Com esses fatores, o dia foi marcado por um movimento positivo para o mercado brasileiro, com o real se valorizando frente ao dólar e a Bolsa brasileira registrando ganhos expressivos. No entanto, as tensões geopolíticas e a incerteza econômica global continuam a ser observadas de perto pelos investidores, que aguardam novidades sobre políticas monetárias tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
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