Aulas serão mantidas na Rede Estadual do RS durante onda de calor
Decisão foi informada por Raquel Teixeira após reunião da pasta com o Cpers, que pedia a interrupção e descartou nova medida judicial
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A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) do Rio Grande do Sul anunciou que as aulas nas escolas estaduais serão mantidas, mesmo com a previsão de altas temperaturas devido a uma terceira onda de calor que atinge o Estado. A decisão foi tomada após uma reunião entre a Seduc e o Cpers (sindicato dos professores estaduais), realizada na manhã desta terça-feira (25/02).
A informação foi compartilhada pela secretária da Educação, Raquel Teixeira, em coletiva de imprensa. Ela destacou que a realidade das escolas é diversa, com algumas bem preparadas e outras enfrentando dificuldades. A secretária mencionou que 27% das escolas estaduais possuem ar-condicionado, mas apenas 18% das salas são climatizadas.
— As aulas estão mantidas, mas sabemos que a nossa rede é diversificada. Algumas escolas estão bem equipadas, enquanto outras ainda têm dificuldades. Estamos cientes disso e as direções têm autonomia para ajustar os horários e adaptar as atividades conforme a necessidade — afirmou Raquel.
O encontro ocorreu após o Cpers pedir, na última sexta-feira (21/02), a suspensão das aulas devido ao calor extremo. Na mesma data, a Seduc havia enviado orientações às escolas sobre como proceder em situações de altas temperaturas, incluindo a possibilidade de alterar o horário de início e término das aulas e modificar as atividades realizadas.
— A orientação permite que cada escola analise sua situação de forma individualizada. Em casos extremos, até aulas remotas podem ser consideradas, mas sabemos que muitos estudantes não têm acesso à internet em casa, o que torna essa alternativa difícil — completou Raquel.
A secretária também afirmou que o Cpers fez sugestões de ajustes nas orientações, e que essas propostas estão sendo analisadas pela Seduc.
Cpers exige maior autonomia para suspensão das aulas
Após a coletiva, a presidente do Cpers, Rosane Zan, reiterou que o sindicato continuará a exigir mais autonomia para que as direções das escolas possam decidir sobre a suspensão das aulas, caso julguem que as condições são inadequadas para o aprendizado devido ao calor intenso.
— A educação não pode acontecer em um ambiente insalubre. O calor extremo em algumas regiões é preocupante, e continuaremos cobrando melhorias na infraestrutura das escolas — afirmou Zan.
Rosane também esclareceu que, nesta ocasião, o sindicato não ingressará com ação judicial, como aconteceu no início do ano letivo, quando uma liminar foi solicitada devido a episódios de calor extremo. No entanto, ela não descartou essa possibilidade caso novas ondas de calor ocorram.
Durante a reunião, o Cpers também sugeriu a inclusão do sindicato nas discussões sobre o calendário escolar dos próximos anos, levando em consideração o impacto das ondas de calor.
Previsão do tempo e medidas de precaução
A terceira onda de calor no Rio Grande do Sul deve persistir pelos próximos 10 dias, com temperaturas que podem alcançar até 40°C em algumas regiões, como a Metade Oeste, que abrange as regiões Central, Missões, Noroeste, Campanha e Norte. Na Região Metropolitana e Vales, as máximas previstas são de 37°C a 38°C.
Em resposta a essa situação, a Seduc publicou orientações para as escolas adotarem em dias de calor extremo, incluindo a possibilidade de antecipar ou adiar o horário de entrada e saída das aulas, a substituição de atividades físicas, e a reorganização das aulas práticas das escolas técnicas. Além disso, a Seduc orienta a ampliação do acesso à hidratação, a adaptação dos cardápios da merenda escolar e a reorganização das atividades ao ar livre, priorizando espaços cobertos e ventilados.
Essas medidas visam garantir a segurança e o bem-estar dos estudantes e profissionais da educação durante o período de altas temperaturas.
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