O Rio Grande do Sul tem como objetivo alcançar a nota 6,7 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos iniciais até 2035. Em 2023, o estado obteve uma pontuação de 5,8. A meta foi apresentada pelo governo estadual durante uma coletiva de imprensa realizada na Casa da Ospa, na terça-feira (18/02).

O projeto da Secretaria de Educação do Estado (Seduc) busca melhorar a qualidade do ensino em todos os níveis, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, com a meta de colocar o estado entre os três primeiros do Brasil em termos de índice de qualidade educacional. A secretária Raquel Teixeira afirmou que cada escola recebeu um quadro com metas específicas para alcançar a melhoria do Ideb.

— Estudamos cada caso individualmente e projetamos o aumento do índice com base em nossa série histórica. Estamos comprometidos em alcançar os objetivos traçados — explicou Raquel.

A estratégia do governo é baseada em quatro pilares principais: acelerar o processo de melhoria educacional; fortalecer as escolas e as comunidades escolares para que se tornem resilientes; formar uma rede de ensino coesa e eficiente; e transformar a oferta educacional para atender à necessidade de intensidade nas mudanças.

Programas em andamento

Um dos programas em destaque é o "Todo Jovem na Escola", que oferece uma bolsa mensal de R$ 150,00 para alunos com boa frequência escolar. Segundo o vice-governador Gabriel Souza, 97% dos alunos que participaram do programa em 2022 continuaram seus estudos em 2023. Souza também ressaltou que o Rio Grande do Sul ainda enfrenta o maior índice de evasão escolar do Brasil, algo ligado à cultura de começar a trabalhar mais cedo.

Desde sua implementação em 2021, o programa beneficiou mais de 235 mil estudantes, com um investimento de R$ 400 milhões até janeiro de 2025. Para acessar o benefício, os alunos precisam retirar o cartão do programa até o dia 28 de fevereiro na Casa do Gaúcho.

Sustentabilidade do projeto a longo prazo

O governador Eduardo Leite destacou a importância de garantir a continuidade de políticas públicas além da atual gestão.

— Algumas pautas precisam ultrapassar os períodos de governo. Nenhuma política pública se consolida em apenas quatro anos, por isso, precisa ter continuidade — afirmou.

Ele também mencionou que duas vertentes diretamente ligadas aos municípios são fundamentais para o sucesso da política educacional: a divisão do ICMS com base no desenvolvimento educacional e o programa Alfabetiza Tchê, que realiza uma avaliação diagnóstica dos anos iniciais do ensino fundamental para detectar defasagens e fragilidades. Com isso, a formação de professores será orientada de acordo com os resultados dessas avaliações.

Escolas de tempo integral devem dobrar até 2026

Parte da agenda educacional para o período de 2025 a 2035 envolve a expansão do Ensino Médio em tempo integral, especialmente com a oferta de ensino técnico e profissional. Atualmente, o Rio Grande do Sul possui 296 escolas de tempo integral, mas a meta é chegar a 500 até o próximo ano.

A ampliação deve ser mais expressiva a partir de 2025, já que o modelo de tempo integral está consolidado e a infraestrutura das escolas tem condições de atender à crescente demanda. A secretária de Educação, Raquel Teixeira, afirmou que as trilhas de formação e mentorias já estão em processo de acompanhamento para garantir a qualidade do ensino nas escolas de tempo integral.

Atualmente, a implementação de escolas de tempo integral é realizada principalmente em municípios com mais de uma instituição de ensino. No caso de cidades com uma única escola, a decisão é tomada com base no pedido da comunidade, pois em algumas situações, a falta de opções pode contribuir para a evasão escolar.