Leilão da Rota Integração do Sul tem previsão de aporte de R$ 9,5 bilhões
Rota abrange trechos das BRs-116, 158, 392 e 290, com implantação de novos pedágios
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Está previsto para dezembro de 2025 o leilão de concessão da Rota Integração do Sul, que abrange trechos das BRs-116, 158, 392 e 290, no Rio Grande do Sul. O Ministério dos Transportes, que já está desenvolvendo os estudos, estima que o projeto envolverá um investimento total de aproximadamente R$ 9,5 bilhões. Desse valor, R$ 5,3 bilhões serão destinados ao Capex (investimentos em infraestrutura, equipamentos e tecnologia), e R$ 4,2 bilhões ao Opex (operações como socorro médico e mecânico). As informações são do Jornal do Comércio e Zero Hora.
O leilão contemplará 674,1 quilômetros de rodovias, com a assinatura do contrato prevista para ocorrer entre maio e junho de 2026. O trajeto definitivo está sendo analisado, mas cidades como Porto Alegre, Camaquã, Santana da Boa Vista, Santa Maria e Cruz Alta devem integrar o projeto.
Embora ainda não existam praças de pedágio em operação nas rodovias a serem leiloadas, o novo modelo de concessão deve adotar a tecnologia de "free-flow" — cobrança eletrônica via pórticos, sem cancelas, o que permite maior fluidez no trânsito e redução no impacto ambiental, uma vez que elimina a necessidade de reduzir a velocidade nos pedágios.
Entretanto, a instalação de novos pedágios na BR-116, BR-290 e demais rodovias do estado também está em discussão. Em 2026, as rodovias gaúchas poderão ganhar mais praças de pedágio, com tarifas que podem alcançar até R$ 16,15, dependendo do tipo de pista (simples ou dupla). Esse novo bloco de pedágios foi proposto no projeto de concessão das BRs 116, 290, 392 e 158, que também inclui a nova ponte do Guaíba. O governo federal pretende concluir as obras da ponte antes de repassá-las à iniciativa privada.
A Rota Integração do Sul, que envolverá a construção de novas praças de pedágio, foi inicialmente idealizada no governo Bolsonaro em 2020 e prevê investimentos significativos. A cada R$ 1 pago nos pedágios, cerca de R$ 0,38 seria destinado à melhoria das rodovias, gerando, assim, mais receita para a infraestrutura do estado.
Em termos logísticos, o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, destaca que o Rio Grande do Sul está atrasado em termos de infraestrutura e que a Rota Integração do Sul é uma iniciativa positiva, embora, segundo ele, o estado precise primeiramente garantir o acesso asfáltico a todos os municípios, além da recuperação dos danos causados pela catástrofe climática de 2024.
Por outro lado, o custo futuro dos pedágios da nova concessão pode ser afetado pela concorrência, uma vez que outras concessões na região, como a do Polo Rodoviário de Pelotas, administrada pela Ecosul, têm sido alvo de críticas devido às altas tarifas. O fim dessa concessão está previsto para março de 2026, o que pode influenciar o andamento da Rota Integração do Sul e das concessões subsequentes.
O Ministério dos Transportes já confirmou que o estudo do leilão de rodovias do Polo Rodoviário de Pelotas está sendo priorizado, e que o pacote de concessões de 2026 será publicado oportunamente.
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