Governo Lula retoma investigação sobre a morte de JK após novo laudo
Versões anteriores, da ditadura militar e da Comissão Nacional da Verdade (CNV), indicavam que o carro teria sofrido um acidente, mas a morte de JK pode ter sido um atentado político
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O caso da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, ocorrida em 1976, será reaberto pelo governo Lula e pela Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). A decisão surge após um novo laudo técnico do engenheiro e perito Sérgio Ejzenberg, solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF), que coloca em dúvida as conclusões anteriores sobre o acidente que matou JK. A reabertura da investigação será discutida em uma reunião da comissão marcada para esta sexta-feira (14).
O acidente, que aconteceu em 22 de agosto de 1976 na via Dutra, resultou na morte de JK e de seu motorista, Geraldo Ribeiro, quando o Opala em que viajavam colidiu frontalmente com uma carreta. As versões anteriores, incluindo a investigação realizada pela ditadura militar e pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) em 2014, indicavam que o carro teria sido atingido por um ônibus antes da colisão, caracterizando o incidente como um acidente.
No entanto, investigações posteriores sugeriram que a morte de JK poderia ter sido um atentado político. A hipótese de sabotagem mecânica ou até de envenenamento do motorista foi levantada por diversas comissões, incluindo a de São Paulo e Minas Gerais. O laudo de Ejzenberg, finalizado em 2019, desmonta a tese da colisão com o ônibus e fortalece a ideia de que o acidente pode ter sido provocado por causas externas, como sabotagem ou até um atentado.
Apesar de a hipótese de atentado ser plausível, ainda existem lacunas na investigação, como a falta de uma perícia toxicológica e a destruição do automóvel pelos investigadores da época. Além disso, documentos históricos indicam que o governo militar tinha interesse em neutralizar JK, um opositor à ditadura.
O caso ganhou novos contornos com a atuação do MPF, que reconheceu falhas nas investigações anteriores e apontou que não havia provas suficientes para determinar a causa do acidente. A comissão, agora reaberta, busca esclarecer os pontos obscuros dessa morte que continua a ser uma questão de interesse público e político até hoje.
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