Uso indiscriminado de defensivo agrícola preocupa olivicultores
Ibraoliva aponta prejuízos visíveis em lavouras por conta do uso de herbicida 2.4-D em outras culturas, como arroz, milho, soja e trigo
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O uso do herbicida 2.4-D, defensivo agrícola indicado para controle de plantas daninhas nas culturas de arroz, café, cana-de-açúcar, milho, soja, trigo, pastagem e fruticultura, tem preocupado produtores de oliva. Particularmente, o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) vem cuidando do tema e demonstrando preocupação desde a fundação do Instituto em 2017, na administração do então presidente Eudes Marchetti e, posteriormente, na administração Paulo Marchioretto, passando pela gestão atual liderada pelo presidente Renato Fernandes.
Fernandes reforça que o Ibraoliva esteve sempre atento ao problema, reconhecendo as fiscalizações feitas pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), mas que agora entende ter chegado um momento crucial para a sociedade.
— Nós estamos enfrentando problemas sérios em relação à fruticultura em geral, principalmente na Metade Sul, onde o plantio de monoculturas extensivas tem se utilizado desse defensivo de uma forma indistinta, sem controle. Isso tem nos preocupado. As autoridades têm se manifestado mas não de uma forma mais assertiva em relação ao problema — constata.
O presidente do Ibraoliva ressalta que são situações que se observa a olho nu.
— Quem circular pela BR-290 e olhar as margens, verá muitas árvores, principalmente cinamomos, com folhas amareladas, sem frutificação. Também se observa naquelas regiões onde há o curso d'água dentro das propriedades, que aquela mata ciliar está sendo atingida, existem árvores secas nessas linhas de vegetação — afirma.
Fernandes lembra ainda que, neste contexto, o Bioma Pampa está sendo atingido, onde nas propriedades se encontram muitas frutas silvestres, como a pitanga que não vingou neste ano.
— E aí, claro, os relatos já comprovados em relação à uva, em relação às oliveiras. Isso é um prejuízo enorme para a nossa sociedade — acrescenta.
O presidente do Ibraoliva lembra algumas iniciativas que o Instituto vem articulando desde o ano passado, como a Carta de Jaguari, onde as entidades estiveram juntas, apontando esses problemas, o que gerou a decisão de uma audiência pública.
— Estamos já em tramitação junto à Assembleia Legislativa, aguardando os deputados formarem as comissões que serão definidas ainda nesta semana e, a partir daí, decidir em qual comissão o assunto será tratado, se na Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, que é a minha preferência — revela.
Fernandes destaca também uma agenda com a Farsul para discutir o problema, assim como um posicionamento do Ministério Público, onde já há uma ação tramitando.
— Vamos cobrar de forma efetiva que as resoluções sejam rápidas para que esse problema seja atacado e resolvido sob pena de continuar prejudicando não só a economia mas, sobretudo, a saúde humana — alerta.
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