Deise Moura dos Anjos, 42 anos, foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira (13/02) na Penitenciária de Guaíba, onde estava presa preventivamente desde o dia 5 de janeiro. A suspeita de envenenamento com arsênio que levou à morte de três membros de sua família em dezembro de 2024 resultou em sua prisão. A Polícia Civil confirmou que a causa da morte de Deise foi enforcamento.

Relembre o caso

Em 23 de dezembro de 2024, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa durante um café da tarde, quando seis delas passaram mal após consumir pedaços de um bolo preparado por Deise. Uma pessoa não ingeriu o doce. As vítimas, que moravam em Arroio do Sal e estavam em Torres, foram hospitalizadas, mas três mulheres morreram em poucas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva sofreram parada cardiorrespiratória, e Neuza Denize Silva dos Anjos morreu devido a um "choque pós-intoxicação alimentar", conforme divulgado pelo hospital.

Deise, casada com Diego Silva dos Anjos, filho de Zeli dos Anjos, uma das vítimas, morava em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ela foi presa em 5 de janeiro, sendo acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio.

Além disso, a polícia solicitou a exumação do corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, que faleceu em setembro de 2024 após uma suspeita de infecção intestinal. A perícia do IGP revelou que ele foi envenenado com arsênio, com níveis letais encontrados no corpo, confirmando a causa da morte.

Durante a investigação, a polícia descobriu que Deise comprou arsênio quatro vezes pela internet entre maio e novembro de 2024. Uma das compras ocorreu antes da morte de seu sogro e as outras três antes das mortes das vítimas do bolo envenenado. O veneno foi enviado pelos Correios, e a comprovação das compras foi encontrada no celular de Deise, apreendido pelas autoridades.

A investigação aponta que a farinha do bolo pode ter sido contaminada com arsênio quase um mês antes do episódio fatal. No dia 20 de novembro de 2024, Deise esteve em Arroio do Sal, local onde pode ter colocado o veneno na farinha utilizada no bolo consumido em Torres. O delegado Marcos Vinícius Veloso confirmou essa linha de investigação, apontando que o envenenamento da farinha pode ter ocorrido nesse dia.