A crise do ovo nos Estados Unidos, provocada pela gripe aviária, já está afetando o mercado gaúcho, com previsão de aumento de até 30% no preço do produto. A doença resultou no abate de milhares de galinhas nos EUA, elevando consideravelmente o valor do alimento. Em alguns casos, cargas de ovos estão sendo até mesmo roubadas. Ao converter os preços em dólar, é possível encontrar dúzias de ovos sendo vendidas a R$ 90 para os norte-americanos.

Antônio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), alertou que o impacto será sentido pelos consumidores gaúchos. José Eduardo Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), destacou que países da África e do Oriente Médio já estão fazendo negociações com o Brasil para comprar ovos devido à escassez no mercado norte-americano.

— Por enquanto, há um efeito psicológico, o receio de faltar ovo. Esperamos que a situação normalize em março. Não podemos permitir que o preço suba demais, pois isso pode prejudicar o mercado que conquistamos — afirmou Santos.

Além da crise nos EUA, outros fatores também estão contribuindo para o aumento de preço no Brasil. O crescimento do consumo de ovos, seja como substituto ou complemento à carne, aliado à alta nos preços dos cortes bovinos, tem pressionado o mercado. No Rio Grande do Sul, o calor excessivo tem prejudicado a alimentação das aves, resultando em menor produção. A recuperação dos aviários atingidos pelas enchentes também está sendo lenta, agravando a situação.

O ovo in natura é exportado em contêineres refrigerados, com um prazo de validade de 30 dias após a chegada ao destino. Outra opção de exportação é o ovo líquido, em que a gema e a clara podem ser separadas e vendidas em caixinhas. O ovo também pode ser exportado em forma desidratada (ovo em pó).