ESG – Por que ela é tão importante para as organizações?
Companhias que têm boas práticas nesses campos apresentam resultados melhores ao longo do tempo. Além disso, o conceito também pode ser critério de escolha dos investidores
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Álvaro Werlang*
ESG é a sigla que representa um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança realizadas por empresas.
ESG é uma sigla para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em tradução). Segundo um estudo realizado pelo The Boston Consulting Group (BCG), as companhias que têm boas práticas nesses campos apresentam resultados melhores ao longo do tempo. Além disso, o conceito também pode ser critério de escolha dos investidores.
Práticas para cuidar do meio ambiente permeiam diversos campos de estudo, porém, agora ampliadas com a responsabilidade social e a adoção de melhores práticas de governança. E o conceito ESG chegou para mostrar isso.
Conheça o que significa cada tema da sigla:
Environmental (Ambiental)
Este primeiro tópico se refere às práticas ambientais. Ou seja, como a empresa reduz o impacto ambiental e se preocupa com questões como aquecimento global e emissão de carbono; eficiência energética; gestão de resíduos; poluição e recursos naturais.
Social (Social)
Já a letra S, de Social, é como a empresa respeita os seus parceiros: clientes, colaboradores e funcionários. Os temas envolvidos nesta pauta são inclusão e diversidade; direitos humanos; engajamento dos funcionários; privacidade e proteção de dados; políticas e relações de trabalho; relações com comunidades e treinamento da força de trabalho.
Governance (Governança)
Quando o assunto é governança — última letra da sigla — trata-se de como a companhia adota as melhores práticas de gestão corporativa. Como diversidade no conselho; ética e transparência; estrutura dos comitês de auditoria e fiscal; e política de remuneração da alta administração; canal de denúncias.
Origem
A sigla ESG surgiu pela primeira vez no final de 2004, numa iniciativa chamada Who Cares Wins, da ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com instituições financeiras. A ideia era unir as instituições — de vários países — para encontrar formas de envolver o tema no mercado financeiro.
Antes do termo ESG ser cunhado, algumas empresas e instituições do mercado financeiro já vinham construindo a compreensão de que, numa realidade cada vez mais complexa e interconectada, é fundamental que se tenha uma visão mais sistêmica tanto para se antecipar e mitigar riscos como para capturar novas oportunidades de geração de valor e competitividade". "É importante reconhecermos os esforços das inúmeras organizações e pessoas que vêm trabalhando há décadas nessa agenda — inclusive, no Brasil. No entanto, como em todos os processo de transformação, é preciso que se alcance uma massa crítica para que o mainstream comece a ouvir determinadas ideias e se abra para um novo mindset.
Investidores são atraídos pelo ESG?
Ao investir estamos moldando a realidade. É facilmmte perceptível que os investidores estão cada vez mais de olho no quanto as empresas estão engajadas nos termos ESG. Os investidores perceberam que num mundo cada vez mais complexo e acelerado, é fundamental compreender como as empresas lidam com os fatores sociais e ambientais. Isso porque, inúmeros estudos indicam que empresas com fortes atributos de sustentabilidade levam a uma performance superior ao longo do tempo.
Acelerando a implementação do ESG nas organizações
Alguns fatores foram fundamentais para esta aceleração:
- Agenda 2030, em que as nações se comprometeram com 17 objetivos de desenvolvimento sustentável a serem alcançados até 2030 — e só serão alcançados se houver a participação do capital privado.
- Emergência climática e a pressão por migrarmos para modelos neutros em carbono;
- Novas regulamentações, principalmente na Europa, que criam incentivos e penalizações na direção de um modelo sustentável;
- Mudança geracional, na qual Millennials ou Geração Z começam a propor e cobrar novos posicionamentos e comportamentos sociais e ambientais;
- A pandemia de covid-19, que catapultou para um outro patamar o movimento que já vinha se consolidando e atingindo o mainstream. Tanto que, bancos e especialistas globais já dizem que até o final da década não haverá mais investimentos ESG ou não ESG, pois todas as alocações serão pautadas pelos fatores. ESG é o novo normal para os negócios e finanças."
ESG não é luxo, é questão de sobrevivência e competitividade, por isso, é tão importante que as empresas implementem.
* Álvaro Werlang, mestre em Gestão de Negócios e coordenador do curso de Administração da Ulbra São Jerônimo
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