Onze estados correm risco de apagão por sobrecarga na rede elétrica, alerta ONS
Sobrecarga é gerada principalmente pela crescente produção de energia solar. O ONS também ressaltou que, apesar do risco, não há ameaça iminente de apagões em larga escala
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O Brasil corre o risco de enfrentar apagões em 11 estados devido à sobrecarga na rede elétrica, gerada principalmente pela crescente produção de energia solar. O alerta foi emitido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que destacou a necessidade urgente de estratégias para lidar com o excesso de energia gerado por sistemas de micro e minigeração distribuída, como os painéis solares instalados em residências e comércios.
O problema ocorre porque a energia produzida por esses sistemas, quando não consumida localmente, retorna para a rede elétrica, o que pode sobrecarregar o sistema de distribuição. Esse fluxo reverso pode afetar a estabilidade do fornecimento de energia, principalmente nos horários de baixa demanda, criando o risco de falhas no sistema.
Os estados mais vulneráveis à sobrecarga são aqueles com maior número de instalações solares e com sistemas de distribuição mais frágeis. De acordo com o ONS, os seguintes estados estão sob risco:
- Bahia
- Goiás
- Mato Grosso
- Minas Gerais
- Paraíba
- Pernambuco
- Piauí
- Rio Grande do Norte
- Rio Grande do Sul
- Roraima
- São Paulo
Com a crescente instalação de sistemas fotovoltaicos no Brasil, a capacidade de geração de energia solar no país já alcançou 33 gigawatts (GW) por meio da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD). A previsão é que esse número chegue a 50 GW até 2029. Embora a geração solar seja uma fonte limpa e renovável, ela tem gerado desafios para o sistema elétrico, que não está totalmente preparado para absorver esse fluxo de energia de forma eficiente.
O ONS, em uma nota oficial, destacou a situação:
"O aumento da geração distribuída é um fenômeno positivo para o país, mas requer uma adaptação do sistema de distribuição para garantir a estabilidade da rede. O fluxo reverso de energia gerado por sistemas fotovoltaicos pode impactar a qualidade do fornecimento, principalmente em horários de baixa demanda."
O ONS também ressaltou que, apesar do risco, não há ameaça iminente de apagões em larga escala. A recomendação do operador é que se adotem soluções tecnológicas, como sistemas de armazenamento de energia, e que sejam feitos investimentos em infraestrutura para melhorar a capacidade da rede elétrica de lidar com a sobrecarga provocada pela geração distribuída.
A expansão da geração de energia solar fotovoltaica tem se mostrado um avanço importante na diversificação da matriz energética do país. No entanto, a capacidade de distribuição da energia gerada ainda precisa ser ajustada para evitar que problemas de sobrecarga impactem a estabilidade do sistema elétrico, garantindo que o fornecimento de energia não seja comprometido.
O ONS continuará monitorando a situação e trabalha em colaboração com as autoridades e operadoras do setor elétrico para encontrar soluções que possam equilibrar o crescimento da geração solar com a segurança e a estabilidade da rede elétrica nacional.
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