Brasil começa a produzir insumo 100% nacional para medicamento de doença autoimune
Alckmin visitou nesta segunda-feira a planta da Bionovis, em Valinhos, onde celebrou anúncio da aprovação pela Anvisa para a fabricação do insumo farmacêutico
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Na segunda-feira (10/02), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, participou do anúncio da aprovação pela Anvisa para que a Bionovis, em Valinhos (SP), produza no Brasil o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) necessário para a fabricação do medicamento Infliximabe. Este é um marco importante na Política Estruturante das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP), um projeto que busca a autossuficiência do país na produção de medicamentos estratégicos.
Com a aprovação da Anvisa, a Bionovis agora será responsável por produzir 100% do IFA necessário para a produção do Infliximabe, um medicamento usado no tratamento de doenças autoimunes, como doença de Crohn, colite ulcerativa, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica e psoríase. O medicamento atenderá à demanda interna, com uma produção média de 260 mil frascos por ano. A produção do IFA é fruto da parceria entre a Janssen-Cilag, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Biomanguinhos/Fiocruz) e a Bionovis.
Durante sua visita à planta da Bionovis, Alckmin comemorou o avanço científico para o Brasil:
— Esse dia é histórico. Isso é um grande salto científico para o Brasil. Nós estamos aqui na Bionovis, que é uma união de quatro grandes indústrias farmacêuticas brasileiras – a EMS, a Hypera, a União Química e a Aché – e a Bionovis, constituída para um avanço na ciência, que é a produção de anticorpos monoclonais. Isso é um grande salto científico para o Brasil. Nós importamos praticamente 95% dos IFAs, que são os imunobiológicos — disse Alckmin.
Ele também ressaltou a importância das políticas públicas do governo federal para o desenvolvimento da indústria farmacêutica, como a Nova Indústria Brasil (NIB), que prevê R$ 59,2 bilhões em investimentos entre 2023 e 2026, e os investimentos do BNDES e da FINEP em pesquisa e desenvolvimento na área de saúde. A NIB tem como meta aumentar a produção nacional de medicamentos, vacinas e outros insumos de saúde, passando de 45% para 50% até 2026 e chegando a 70% até 2033.
O presidente da Bionovis, Odnir Finotti, também destacou o papel das políticas públicas para o sucesso do projeto. Ele afirmou:
— O que estamos fazendo somente foi possível por conta de uma política de estado que se insere no Complexo Industrial da Saúde. O SUS, na verdade, é o grande sustentáculo do que nós estamos fazendo aqui. A política de estado disse, quando foi feito o desafio para nós e que foi aceito por nós: façam, que o governo faz a aquisição dos produtos. E, em 2015, isso se materializou com a Bionovis chegando aqui em Valinhos — lembrou Finotti, destacando que Alckmin era o governador de São Paulo na época.
As Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) visam ampliar o acesso a medicamentos e produtos essenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS) e fortalecer a indústria farmacêutica nacional. Estas parcerias envolvem empresas privadas e instituições públicas, buscando promover a produção pública nacional e o desenvolvimento de novas tecnologias.
A Bionovis investiu R$ 800 milhões em infraestrutura, capacitação de recursos humanos e aquisição de tecnologia para garantir a autossuficiência do Brasil na fabricação de medicamentos biológicos de alta complexidade. A planta tem capacidade para produzir até 250 kg de proteína de medicamentos biológicos por ano e pode fabricar até dez biofármacos de alta complexidade, atendendo à demanda interna e exportando para outros países.
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