Rio Grande do Sul registra recorde de calor em 115 anos, aponta Inmet
Nesta terça-feira, estação do Instituto Nacional de Meteorologia apontou a maior temperatura oficialmente já registrada no Estado desde o início das medições, em 1910
A onda de calor intensa que atinge o Rio Grande do Sul reescreveu, nesta terça-feira (4/02), a história climática do estado. Oito meses após a maior enchente já registrada no Rio Grande do Sul, o estado vivenciou hoje a maior temperatura já medida oficialmente desde o início das medições, em 1910, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As informações são da MetSul Meteorologia.
No município de Quaraí, no final da tarde de hoje, a estação meteorológica do INMET registrou uma temperatura impressionante de 43,8°C até às 15h, estabelecendo um novo recorde de temperatura máxima no estado, que já possuía 115 anos de medições regulares. Este valor, se confirmado por um controle posterior de qualidade dos dados, substituiria o recorde anterior de 42,9°C em Uruguaiana (em 2022) e os registros históricos de 42,6°C em Alegrete (1917) e Jaguarão (1943), bem como o de 42,5°C em Quaraí, registrado ontem (3/02).
A temperatura de 43,8°C também marcaria a mais alta já registrada no verão e no mês de fevereiro, superando o recorde de 42,9°C em Uruguaiana, registrado em fevereiro de 2022. Vale ressaltar que a estação de Quaraí que registrou a medição do recorde de hoje só foi instalada em 2007, e, portanto, não esteve em operação nas ondas de calor de 1917 e 1943.
Onda de calor ainda não é a pior da história gaúcha
Apesar do novo recorde de temperatura, a onda de calor atual no Rio Grande do Sul ainda não está entre as mais intensas da história do estado. O período mais severo de calor aconteceu em janeiro de 1943, quando Porto Alegre registrou 40,7°C, e em janeiro de 2022, quando a rede do Inmet registrou 13 dias consecutivos de temperaturas acima de 40°C, com picos de 41,5°C em Quaraí e 42,1°C em Uruguaiana. A onda de calor de janeiro de 2022 durou mais tempo e teve temperaturas extremas em diversas regiões do estado.
A onda de calor de 1917
Em 1917, uma severa onda de calor afetou o Rio Grande do Sul. O jornal A Federação, na época, relatava temperaturas extremas em Alegrete, com registros de 42,5°C no dia 19 de janeiro. A seca naquela época foi descrita como "assustadora", e o calor extremo causou sérios impactos na população, incluindo insolação e até mortes.
O calor de janeiro de 1943
Em janeiro de 1943, o Rio Grande do Sul enfrentou uma grave estiagem, com a temperatura atingindo 40,7°C em Porto Alegre. Esse valor permanece o recorde oficial de temperatura máxima para a cidade até hoje. A onda de calor também afetou o campo, com perdas nas lavouras devido à falta de água. A temperatura extrema chamou a atenção, embora os jornais da época tivessem pouco espaço para reportar os detalhes sobre o calor, devido à atenção voltada para a Segunda Guerra Mundial.
Com os dados de hoje, o Rio Grande do Sul continua a vivenciar uma onda de calor intensa, que já entra para a história, mas ainda não alcança os patamares mais duradouros e generalizados das ondas de calor registradas no passado.
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