Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito, neste sábado (1º/02), presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2025-2027, tornando-se o mais jovem a ocupar o cargo na história da Casa, com apenas 35 anos.

Motta foi apoiado por um bloco formado por 17 partidos e 494 deputados. Integram o bloco PL, PT, PCdoB, PV, União, PP, Republicanos, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, PSB, Podemos, Avante, Solidariedade e PRD.

A vitória de Hugo Motta também marca um momento histórico, pois ele se torna o primeiro presidente da Câmara, desde a redemocratização, a ser escolhido e eleito diretamente pelo presidente da Casa anterior. Arthur Lira, que encerra seu mandato de quatro anos, foi fundamental para garantir a eleição de Hugo, articulando acordos e conversas que asseguraram a ampla base de apoio ao novo presidente.

Com o resultado, Hugo assume o cargo em um cenário político desafiador, com a missão de conciliar os interesses de uma base que vai do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro. No dia seguinte à sua eleição, o novo presidente se reuniu com figuras de peso, como o presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro, demonstrando sua habilidade em manter diálogos com diferentes espectros políticos.

Perfil conciliador e desafios à vista

Descrito como um político habilidoso nas negociações e com forte atuação nos bastidores, Hugo Motta é visto como alguém com perfil conciliador e sereno. Embora tenha se aproximado de figuras influentes do centrão, como Lira e o ex-deputado Eduardo Cunha, ele também tem laços com ministros do governo, como Renan Filho (Transportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). A expectativa é de que, com sua eleição, as relações da Câmara com o governo federal melhorem, principalmente no que diz respeito às pautas econômicas.

Entre os principais desafios do novo presidente, está a negociação em torno do pagamento das emendas parlamentares, um tema que tem gerado tensões no Congresso. Aliados de Hugo apostam na sua capacidade de diálogo, incluindo com o STF, para resolver impasses sem prejudicar os interesses dos deputados.

Além disso, Hugo Motta tem se comprometido a revitalizar o plenário da Casa, com debates mais profundos e uma maior previsibilidade nas pautas de votação. Ele também quer fortalecer as comissões temáticas e reduzir o uso de requerimentos de urgência, que muitas vezes são usados para evitar a análise aprofundada dos projetos nas comissões.