O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi reeleito presidente do Senado neste sábado (1º/02), obtendo 73 dos 81 votos dos senadores. Ele retorna ao cargo após quatro anos e assume para um novo mandato de dois anos. A eleição foi marcada por um amplo arco de alianças, que envolveu partidos como PL, PT, PSD, MDB, entre outros. As informações são da Folha de S. Paulo.

Alcolumbre, que já presidiu o Senado de 2019 a 2021, teve grande influência nos bastidores do Congresso durante sua ausência do cargo, especialmente por meio de seu sucessor, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mesmo sem ocupar oficialmente a presidência, o senador manteve seu poder político, com destaque na indicação de ministros no governo Lula e controle sobre a distribuição de emendas parlamentares.

A eleição foi disputada, com Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Pontes (PL-SP) também concorrendo, mas sem chances reais de vitória. O apoio político que Alcolumbre conseguiu angariar foi resultado de uma série de negociações, incluindo o apoio do PL, obtido com a intervenção do ex-presidente Jair Bolsonaro, que garantiu a 1ª vice-presidência do Senado ao partido, além de comissões de peso e o compromisso de não obstruir o debate sobre a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Alcolumbre, que já havia tentado um segundo mandato consecutivo em 2021 sem sucesso, com o STF impedindo a reeleição em virtude de disposições constitucionais, consolidou sua posição política durante a campanha, com o objetivo de superar o recorde de votos de 76 registrado por Mauro Benevides (MDB) em 1991 e José Sarney (MDB) em 2003. A sua vitória reflete o apoio de nove dos doze partidos com representação no Senado.

A eleição de Alcolumbre reflete sua habilidade em articular alianças políticas e controlar as principais negociações no Congresso, especialmente em um cenário de crescente influência do Senado no Orçamento e nas emendas parlamentares, temas que marcaram seu primeiro mandato e continuam a ser debatidos no cenário político atual.

Entenda

O presidente do Senado é também o chefe do Poder Legislativo e, portanto, é ele quem preside o Congresso Nacional. Entre as funções do cargo estão empossar o presidente da República e convocar extraordinariamente o Congresso Nacional em caso de decretação de estado de defesa nacional ou de intervenção federal. É ele também quem recebe os pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Cabe ainda ao presidente do Senado definir a pauta das sessões da própria Casa e do Congresso como um todo. A eleição, secreta e realizada em cédulas de papel, exige a maioria absoluta dos votos dos senadores (mínimo de 41). Se nenhum candidato alcançar o número, é realizado segundo turno com os dois mais votados. Ainda assim, são necessários, no mínimo, 41 votos para eleger o presidente da Casa.