Com a alta de 7,69% nos preços dos alimentos em 2024, acima da inflação geral de 4,83%, o governo federal tem buscado alternativas para conter o aumento dos preços. Em resposta a esse cenário, o presidente Lula afirmou, no dia 20 de janeiro, que a redução do custo dos alimentos será uma das prioridades para 2025. Em apoio a essa causa, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS) divulgou uma nota, destacando a necessidade de mais apoio à agricultura familiar e propondo a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Agricultura Familiar.

Na nota, a Fetraf-RS destaca a preocupação com o aumento no preço dos produtos da cesta básica, enfatizando que o crescimento do poder de compra da classe trabalhadora contribui para a maior demanda por alimentos, o que leva à elevação dos preços. A entidade defende que, embora o aumento seja, em certa medida, necessário para a agricultura familiar, é essencial que haja um equilíbrio que permita garantir preços justos tanto para os produtores quanto para os consumidores.

A federação também critica a gestão das políticas públicas para a agricultura familiar nos governos Temer e Bolsonaro, que, segundo a Fetraf-RS, enfraqueceram essas iniciativas. Embora algumas políticas tenham sido retomadas no atual governo, a Fetraf considera que elas ainda são insuficientes. A entidade destaca a necessidade de investir em medidas como a ampliação do acesso a máquinas e tecnologias adaptadas à agricultura familiar, bem como na qualificação dos produtores e no incentivo à transição para modelos de produção mais sustentáveis, que possibilitem aumentar a produção de alimentos e reduzir os custos de produção.

Em busca de soluções, a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf) sugeriu a criação do PAC da Agricultura Familiar, que reuniria uma série de medidas para fortalecer a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis. A Fetraf-RS também defende que os governos federal e estadual garantam maior segurança na comercialização de alimentos, o que ajudaria a estimular a expansão da produção.

A nota também alerta para os impactos das mudanças climáticas, que têm afetado diretamente os agricultores familiares. A Fetraf-RS pede que os governos adotem medidas de mitigação e adaptação para reduzir a severidade dos efeitos climáticos. A entidade critica a proposta do governo federal de reduzir a alíquota de importação de alimentos com preços superiores aos do mercado externo, como forma de reduzir o custo dos itens da cesta básica. Para a Fetraf, essa medida pode prejudicar a agricultura familiar, como aconteceu durante o governo Bolsonaro, quando a redução da alíquota do leite gerou uma crise na cadeia produtiva.

A Fetraf-RS reforça que a melhor estratégia seria ampliar a produção interna de alimentos. Segundo a entidade, as medidas propostas pela Federação podem trazer resultados positivos a curto, médio e longo prazo, contribuindo para o fortalecimento da produção sustentável e garantindo preços justos tanto para quem produz quanto para quem consome.