Região Carbonífera cria mais de 1,7 mil empregos em 2024
Apesar do saldo positivo ao longo do ano, dados do Caged apontam saldo negativo em dezembro
Os municípios da Região Carbonífera encerraram 2024 com um saldo positivo na geração de empregos formais. Foram criados 1.738 postos de trabalho, resultado da diferença entre 14.934 admissões e 13.199 demissões, entre janeiro e dezembro.
As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgadas nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Com exceção de General Câmara, todos os municípios da região admitiram mais trabalhadores do que demitiram, com destaque para Butiá, Charqueadas e Triunfo.
Apesar do bom desempenho no ano, o saldo de dezembro foi negativo, com a perda de 34 postos de trabalho. O mês de dezembro registrou 1.078 admissões e 1.112 demissões. À exceção de Arroio dos Ratos, Butiá e Charqueadas, os demais municípios apresentaram saldo negativo.
A tendência na Região Carbonífera reflete o cenário do Estado e do país, que fecharam o último mês do ano com, respectivamente, 28.384 e 535.547 postos de trabalho a menos (veja mais abaixo).
Confira no quadro a seguir a situação do emprego nos municípios da Região Carbonífera:
Brasil encerra 2024 com saldo positivo de quase 1,7 milhão de empregos
O Brasil terminou 2024 com um saldo positivo de 1.693.673 empregos formais com carteira assinada. Esse número representa um crescimento de 16,5% em relação a 2023, quando o saldo positivo foi de 1.454.124 empregos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O saldo positivo de 2024 foi impulsionado por 25.567.548 contratações e 23.873.575 desligamentos. O estoque de vínculos celetistas ativos chegou a 47.210.948 no mês de dezembro, marcando uma variação de 3,7% em relação ao ano anterior, quando o estoque era de 45.517.275 vínculos. No acumulado dos anos de 2023 e 2024, o saldo de empregos no Brasil foi positivo em 3.147.797 vagas.
Todos os cinco grandes setores da economia apresentaram saldo positivo em 2024. O setor de Serviços foi o maior responsável pela geração de empregos, com 929.002 novas vagas. Em seguida, o comércio gerou 336.110 postos de trabalho, a indústria gerou 306.889, a construção civil somou 110.921 empregos e a agropecuária gerou 10.808 novas vagas.
O resultado também foi positivo em todas as 27 unidades da federação, com destaque para São Paulo, que gerou 459.371 empregos; Rio de Janeiro, com 145.540; e Minas Gerais, com 139.503 postos de trabalho.
"O emprego foi positivo nas cinco regiões brasileiras. O Sudeste gerou 779.170 postos (+3,35%), o Nordeste gerou 330.901 postos (+4,34%), o Sul, com a recuperação do Rio Grande do Sul após as enchentes no início do ano, gerou 297.955 postos (+3,58%) e ficou em 3º lugar entre as regiões. O Centro-Oeste gerou 137.327 postos (+3,38%) e o Norte gerou 115.051 postos (+5,07%). Em termos relativos, as unidades da federação com maior variação foram Amapá (+10,07%), Roraima (+8,14%), Amazonas (+7,11%) e Rio Grande do Norte (+6,83%)", informou o Ministério do Trabalho.
Os dados mostram que as mulheres foram responsáveis pela maior parte das novas vagas em 2024, com um saldo positivo de 898.680 empregos, enquanto os homens ocupam 794.993 postos. Em relação à raça, o saldo foi positivo para pardos (1.929.771 empregos), brancos (908.732), pretos (373.501) e amarelos (13.271), mas negativo para indígenas, com um saldo de -1.502 empregos.
O salário médio real de admissão foi de R$ 2.177,96, com um aumento de R$ 55,02 (+2,59%) em relação ao mesmo período de 2023, quando foi de R$ 2.122,94. Para os trabalhadores típicos, o salário médio foi de R$ 2.211,13 (1,5% superior à média), enquanto para os trabalhadores não típicos foi de R$ 1.941,72 (10,8% inferior à média).
Dados de dezembro
Apesar do saldo positivo durante o ano, o mês de dezembro apresentou uma redução de 535.547 empregos, com uma variação relativa de -1,12%, similar ao comportamento de outros períodos de crescimento do emprego.
O Ministro do Trabalho e Emprego, Luís Marinho, afirmou que o resultado superou as expectativas.
— Foi acima do esperado, que era cerca de 450 mil, e chegamos a 535 mil — disse o ministro durante uma coletiva para apresentar os dados.
Questionado se a diferença entre o esperado e o observado poderia ser reflexo dos aumentos sucessivos na taxa básica de juros, a Selic, Marinho afirmou que não é possível afirmar, mas que o Ministério continuará monitorando o comportamento da economia.
— É evidente que ninguém esperava um comportamento diferente do Copom [Comitê de Política Monetária], dado o cenário do ano passado. Mas é possível que o número esteja influenciado pelos juros em dezembro. Vamos observar o desempenho da economia no primeiro trimestre — acrescentou o ministro.
No dia 29 de janeiro, o Copom aumentou novamente a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, após justificar a alta com a recente valorização do dólar e as incertezas sobre a inflação e a economia global. Em relação à economia brasileira, o texto do Copom apontou que a inflação continua acima da meta, com impactos dos gastos públicos nos preços dos ativos.
— O combate à inflação não se dá apenas pela restrição ao crédito e aumento de juros, mas também pelo aumento da produção, para controlar a inflação a partir da oferta, e não pela restrição — criticou o ministro.
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