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São Jerônimo, RS, 30/01/2025

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La Niña pode afetar produtividade e qualidade da pecan em produção

Coordenador técnico do IBPecan aponta detalhes sobre irrigação e fases críticas da nogueira

IBPecan / Divulgação
La Niña pode afetar produtividade e qualidade da pecan em produção Engenheiro agrônomo explica que os problemas críticos têm a ver com a etapa fisiológica da planta
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Os pomares de pecan, principalmente os do Rio Grande do Sul, podem sofrer até mesmo de forma significativa, com perdas severas na produção, devido à presença da condição climática denominada La Niña. É necessário ter conhecimento sobre a profundidade que a água penetra no solo após cada irrigação, de modo a que seja possível atingir satisfatoriamente todo o sistema radicular. Além disso, é preciso levar em conta que ocorrem perdas de água no perfil do solo, influência direta da sua textura, determinando, então, o volume e frequência de irrigação. 

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O coordenador técnico do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Júlio César Medeiros, destaca que, dependendo do período em que ocorre a falta de água para a planta, os prejuízos na produção podem ser significativos, muitas vezes provocando perdas próximas a 100% em relação à produtividade esperada, além do comprometimento da qualidade do produto final que, também, pode ser seriamente impactada pela falta de umidade no solo.

— É importante ter presente que a água da chuva, embora possa parecer abundante no total do ano, e que nas condições do sul do Brasil pode chegar a mais de 1,8 mil milímetros por ano, não é suficiente para a necessidade da planta, em particular em seus períodos críticos que se distribuem durante todo o ciclo anual da planta. Para que um pomar seja economicamente viável, é vital que conte com um sistema de irrigação adequadamente implantado para as condições específicas de solo e clima da região onde foi ou será implantado — detalha Medeiros.

O engenheiro agrônomo explica que os problemas críticos têm a ver com a etapa fisiológica da planta. Destacam-se como períodos de maior demanda de água a fase de crescimento das folhas, requerendo umidade até mais que durante a fase de floração, onde ocorre uma demanda significativa. Outro período crítico onde não deve faltar água é o de crescimento e enchimento das nozes. A próxima etapa importante é a de pré-colheita, onde a falta de umidade no solo poderá acarretar problemas de cápsula aderida à amêndoa, depreciando o produto final.

Medeiros complementa ressaltando que, em relação ao planejamento do sistema de irrigação, que pode ser implantado por gotejamento ou aspersão, é importante que o dimensionamento do volume necessário leve em conta a maior necessidade de água que o pomar terá durante os dias mais quentes do verão. Estes, coincidem justamente com os de maior demanda das plantas e onde as perdas por evapotranspiração, ou seja, a perda de água do solo por evaporação e perda de água da planta por transpiração, são maiores.


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