Seja bem-vindo
São Jerônimo, RS, 27/01/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

EDITORIAL | 'Ainda Estou Aqui' desmoraliza ataques ao cinema brasileiro

É impossível falar desse feito sem lembrar que a classe artística, em especial os cineastas, tem sido alvo de ataques ideológicos que tentam desacreditar a produção nacional, associando-a a inimigos da nação

Divulgação
EDITORIAL | 'Ainda Estou Aqui' desmoraliza ataques ao cinema brasileiro Feranda Torres
Publicidade

A inclusão de Ainda Estou Aqui entre os indicados ao Oscar de melhor filme e melhor atriz, com Fernanda Torres, não apenas celebra o talento e a qualidade da produção cinematográfica brasileira, mas também desmoraliza os ataques constantes ao cinema nacional, que, nos últimos anos, enfrentou uma batalha ideológica impiedosa. Mais do que um reconhecimento em uma premiação internacional, essa conquista representa uma vitória simbólica para a cultura brasileira, especialmente em tempos de crise econômica e política.

Publicidade

A presença do Brasil na corrida do Oscar com um filme genuinamente nacional é um marco importante. Produzido em português, com elenco nacional e uma história que reflete profundamente sobre as cicatrizes da ditadura militar, o filme de Walter Salles apresenta um olhar corajoso sobre um dos períodos mais sombrios da história do Brasil, o que lhe confere não apenas relevância artística, mas também uma conexão profunda com o público local.

Além de reforçar a presença do Brasil no cenário internacional, essa indicação tem o potencial de reverter a crise que o setor audiovisual nacional enfrenta desde o impacto da pandemia de Covid-19. As bilheteiras das produções brasileiras vinham sofrendo, mas Ainda Estou Aqui e O Auto da Compadecida 2 têm ajudado a reverter esse quadro, mostrando que é possível atrair o público de volta aos cinemas com histórias que tocam o coração do Brasil, e não apenas com os enlatados estrangeiros que dominaram as salas nos últimos anos. A expectativa é que o filme de Salles consiga ampliar sua presença nas telonas e, quem sabe, impulsionar uma nova onda de valorização do cinema nacional.

É impossível falar desse feito sem lembrar da luta política que o cinema brasileiro tem enfrentado. Nos últimos tempos, a classe artística, em especial os cineastas, tem sido alvo de ataques ideológicos que tentam desacreditar a produção nacional, associando-a a inimigos da nação. No entanto, o fato de Ainda Estou Aqui figurar entre os indicados ao Oscar coloca em xeque essa narrativa, desafiando os estigmas e provando que a arte não precisa ser moldada por visões políticas estreitas para ser relevante. Pelo contrário, ela reflete a pluralidade de um país como o Brasil, com suas complexidades, suas dores e suas histórias a serem contadas.

Além disso, a nomeação de Fernanda Torres na categoria de melhor atriz traz uma simbologia ainda mais forte. Sua indicação, após tantos anos de dedicação ao cinema e à dramaturgia nacional, representa não apenas uma justa homenagem ao seu talento, mas também uma revanche histórica, uma vez que sua mãe, Fernanda Montenegro, foi indicada ao Oscar 26 anos atrás por Central do Brasil, no mesmo ano em que o filme concorreu à categoria de melhor filme estrangeiro. Agora, Fernanda Torres tem a chance de conquistar o reconhecimento que, para muitos, parecia escapar.

Ao mesmo tempo, a forte competição na categoria de melhor atriz — com nomes como Demi Moore, Karla Sofía Gascón e Mikey Madison — apenas reforça a importância do reconhecimento internacional do talento de Torres. Não será uma batalha fácil, mas sua presença entre as indicadas é uma vitória por si só, um reflexo do impacto que o cinema brasileiro pode ter no mundo.

Neste contexto, o Oscar de 2025 pode ser visto como um marco de revalorização do cinema latino-americano, especialmente do Brasil. O país tem muito a oferecer, e a cada premiação que reconhece suas produções, a mensagem se torna mais clara: o cinema brasileiro é vivo, é relevante e tem força para resistir e prosperar, mesmo diante das adversidades. Ainda Estou Aqui não é apenas um filme, é um símbolo de resistência, de coragem e de um Brasil que, apesar das dificuldades, continua a contar suas histórias ao mundo.


Publicidade



COMENTÁRIOS

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.