'Ainda Estou Aqui' recebe três indicações ao Oscar
Indicações foram anunciadas na manhã desta quinta-feira; Premiação acontece no dia 2 de março, em Los Angeles
Aguardado na lista dos indicados ao Oscar em categorias como filme internacional, atriz (pela qual Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro) ou mesmo roteiro adaptado, "Ainda estou aqui" surpreendeu e foi indicado entre os longas que concorrem a melhor filme, o principal prêmio da noite. Além disso, foram confirmadas as indicações a melhor filme internacional e a melhor atriz, para Fernanda Torres. Indicações foram anunciadas na manhã desta quinta-feira (23/01) e a premiação acontece no dia 2 de março, em Los Angeles.
Foi a primeira vez na história que uma produção brasileira foi indicada na categoria. Antes, “O pagador de promessas”, em 1963; "O quatrilho", em 1996; 'O que é isso, companheiro?', em 1998, e "Central do Brasil", em 1999, concorreram a melhor filme internacional (neste último, Fernanda Montenegro também disputou o troféu de atriz).
Os outros concorrentes a melhor filme este ano são "Anora", "O Brutalist", "Um Completo Desconhecido", "Conclave", "Duna: Parte 2", "Emilia Pérez", "Nickel Boys", "A substância" e "Wicked". A lista foi anunciada na manhã desta quinta-feira (23), em cerimônia apresentada por Rachel Sennott e Bowen Yang, realizada do Samuel Goldwyn Theatre, em Beverly Hills.
Walter Salles chega ao seu terceiro trabalho a receber indicações na premiação: além de "Ainda estou aqui" e "Central do Brasil", o diretor carioca, de 68 anos, também esteve na disputa em 2005, com "Diários de motocicleta", vencedor do Oscar de melhor canção original com "Al otro lado del río", de Jorge Drexler. O filme também foi indicado a melhor roteiro adaptado.
Ainda Estou Aqui e a história real de Rubens Paiva
Ainda Estou Aqui é uma adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, baseado na história de sua família e no assassinato de seu pai, Rubens Paiva, pela ditadura militar. O filme, dirigido por Walter Salles, é estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro como Eunice Paiva, a mãe de Marcelo, e Selton Mello como Rubens. A trama retrata a luta de Eunice por justiça e verdade após o desaparecimento de seu marido, um político e engenheiro civil assassinado pelos militares em 1971.
Eunice e sua filha Eliana foram presas no mesmo dia do desaparecimento de Rubens, e Eunice ficou incomunicável por 12 dias. Durante décadas, ela buscou o esclarecimento do crime, até que, em 2014, a Comissão Nacional da Verdade identificou o ex-tenente Antônio Fernando Hughes de Carvalho como responsável pelo assassinato de Rubens Paiva.
Em 2024, a investigação foi reaberta, e os militares envolvidos na morte de Rubens Paiva enfrentam acusações de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O filme e o livro relatam essa dolorosa história de resistência e busca por justiça.
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