Infestação de águas-vivas nas praias do RS acompanha aquecimento do mar
Temperatura do Oceano Atlântico subiu de 2ºC a 3ºC no final de 2024 e começo de 2025
O litoral do Rio Grande do Sul enfrenta uma infestação de águas-vivas, que tem provocado queimaduras em milhares de banhistas desde o final de dezembro. Até o momento, 18 mil pessoas já foram atingidas, uma média de mil casos por dia, sendo que no ano passado a média diária foi de 750.
As espécies mais comuns encontradas nas praias gaúchas são a reloginho e a caravela portuguesa, ambas com tentáculos urticantes, que causam as queimaduras. O Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (CECLIMAR) da UFRGS informou que, atualmente, três espécies de águas-vivas estão presentes no litoral, sendo duas responsáveis pelas queimaduras nos veranistas.
A proliferação das águas-vivas está relacionada ao aquecimento das águas do Oceano Atlântico, que subiu de 2ºC a 3ºC entre o final de dezembro e o início de janeiro. Esse aumento de temperatura favorece o crescimento das populações de águas-vivas, que prosperam em águas mais quentes e com menor oxigênio, fatores que estão ligados às mudanças climáticas e à poluição dos oceanos.
Especialistas alertam sobre os impactos desse aumento populacional nas praias e nos ecossistemas marinhos. A melhor forma de tratar as queimaduras causadas pelas águas-vivas é o uso de vinagre, já que a água doce pode agravar a dor. O fenômeno segue sendo monitorado e reflete as alterações climáticas que afetam os oceanos em todo o mundo.
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