Litoral Norte do RS registra quase 18 mil pessoas queimadas por águas-vivas
Cuidados essenciais e primeiros socorros ajudam a minimizar riscos e a garantir a segurança dos banhistas. Guarda-vidas hastearam a bandeira roxa para sinalizar o perigo
O número de pessoas queimadas por águas-vivas aumentou significativamente nas praias do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Entre os dias 21 de dezembro e 3 de janeiro, foram registrados quase 18 mil casos. O número é mais de 250% maior do que no mesmo período da temporada anterior, quando houve 5,15 mil ocorrências do tipo. Para alertar os banhistas sobre a presença dessas criaturas no mar, os guarda-vidas hastearam a bandeira roxa, indicando perigo iminente.
Diante desse aumento, a Secretaria Estadual da Saúde emitiu um alerta sobre os cuidados necessários ao se deparar com águas-vivas nas praias do Litoral. O Centro de Informação Toxicológica (CIT) reforça a importância da atenção redobrada, pois o número de acidentes provocados pelo contato com esses animais tem sido grande logo no início da temporada de verão.
De acordo com Daniel Moreno, coordenador operacional da Operação Verão, a principal recomendação para quem sofrer queimaduras causadas pelas águas-vivas é a aplicação de vinagre na área afetada, que pode ser encontrado nas guaritas dos guarda-vidas.
— No primeiro momento, deve-se lavar o local com água do mar. Depois, aguardar antes de utilizar água doce ou água corrente de torneira — explicou Moreno.
As águas-vivas são animais aquáticos com tentáculos que possuem células urticantes, as quais podem causar dor local, erupção cutânea, bolhas e vermelhidão ao entrarem em contato com a pele. Conhecidas também como mães d'água ou caravelas, essas criaturas têm uma aparência frágil, mas suas estruturas podem provocar reações dolorosas. Crianças e surfistas, por ficarem mais tempo na água, são geralmente as vítimas mais afetadas. Este verão, as temperaturas mais elevadas do mar no Rio Grande do Sul favoreceram a proliferação do fitoplâncton (alimento das águas-vivas), o que contribuiu para o aumento da sua presença e reprodução.
A orientação do CIT é de que o primeiro atendimento feito pelos salva-vidas na praia seja suficiente para tratar os casos mais comuns de queimaduras. O procedimento envolve lavar o local atingido com água do mar (nunca com água doce), remover suavemente os tentáculos aderidos à pele (sem esfregar a área afetada) e aplicar vinagre ou compressas frias, além de restringir o movimento da área atingida. Caso a dor persista ou a vítima se sinta muito mal, é importante buscar ajuda médica.
É fundamental evitar o uso de substâncias não indicadas pelos profissionais e não tocar ou manipular animais mortos na areia, pois eles ainda podem oferecer risco de acidente. Em caso de urgência, a população pode entrar em contato com o telefone 0800 721 3000 para mais informações e orientações.
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