Dólar dispara e passa de R$ 6,20, mesmo com novo leilão do Banco Central
Incertezas fiscais e ajustes econômicos alimentam alta do dólar, apesar das intervenções do Banco Central
Em meio a uma nova escalada do dólar, o Banco Central do Brasil realizou nesta terça-feira (17/12) mais um leilão de US$ 1,272 bilhão, vendendo todo o lote, mas sem conseguir conter a alta da moeda americana. Às 12h01, o dólar chegou a R$ 6,20, uma alta de 1,72% em relação ao valor anterior. Este é o quarto dia seguido de leilões no mercado, totalizando US$ 10,745 bilhões injetados desde a última quinta-feira.
A disparada do dólar é atribuída à incerteza fiscal gerada pela apresentação do pacote de corte de gastos pelo governo, considerado insuficiente pelos investidores para controlar as contas públicas. O real também enfrenta o risco de desidratação das medidas fiscais no Congresso, o que alimenta a desconfiança do mercado. Como resultado, muitos investidores buscam “proteção cambial” em dólares, o que contribui para o aumento da demanda pela moeda norte-americana.
Além disso, a deterioração das expectativas econômicas e críticas do presidente Lula ao aumento da taxa de juros pelo Banco Central ampliam a desconfiança sobre a política econômica do governo, o que também impacta negativamente o real.
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