RS é contemplado em estudo estratégico do Japão sobre hidrogênio verde
Na missão à Ásia, Leite detalhou para representantes do governo do Japão as potencialidades do RS em energias renováveis
O Rio Grande do Sul foi selecionado para um importante projeto estratégico do Japão sobre a produção e consumo de hidrogênio verde, resultado de uma missão governamental do Estado à Ásia. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria (Meti) do Japão anunciou a aprovação de um MasterPlan que visa desenvolver a produção de hidrogênio verde no estado, com foco no aproveitamento de seu potencial de energias renováveis.
O projeto será conduzido pela consultoria ERM Japan, em parceria com o governo do Rio Grande do Sul, e tem como objetivo não só a produção local de hidrogênio verde, mas também seu consumo interno e a exportação pelo Porto de Rio Grande. O MasterPlan faz parte de um programa de cooperação do Meti com países do Sul Global, com o intuito de promover a sustentabilidade, a descarbonização e estreitar as relações geopolíticas e econômicas entre o Japão e esses países.
A escolha do Rio Grande do Sul como um dos protagonistas nesse projeto se baseia em diversos fatores, entre os quais se destacam o apoio governamental e o enorme potencial do estado para produzir energia renovável, especialmente a eólica, fundamental para a fabricação do hidrogênio verde. Durante sua missão à Ásia, o governador Eduardo Leite teve a oportunidade de detalhar essas potencialidades a representantes do governo japonês, sendo o posicionamento estratégico do estado elogiado pelo diretor-geral de Política Energética e Ambiental do Meti, Shinichi Kihara.
O projeto também promete fortalecer a infraestrutura do Rio Grande do Sul, consolidando o estado como uma referência em inovação e sustentabilidade energética na América Latina. A iniciativa está alinhada com a estratégia do governo estadual de posicionar o Rio Grande do Sul como um líder na economia verde global.
Além de atender à estratégia japonesa de transição energética, o estudo também pretende atrair investimentos japoneses para o estado, o que foi enfatizado pelo chefe da Casa Civil, Artur Lemos. Durante os encontros em Tóquio, Lemos destacou a importância de garantir a segurança jurídica necessária para viabilizar projetos de hidrogênio verde no estado. Paralelamente, a Receita Estadual está desenvolvendo um modelo de incentivo tributário para os derivados de amônia verde e metanol verde, com o objetivo de reduzir os custos na cadeia produtiva, uma preocupação levantada pelas empresas japonesas durante as negociações.
Um estudo da McKinsey já apontou que a implementação de uma cadeia de produção de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul poderia agregar até R$ 62 bilhões ao PIB gaúcho, reforçando ainda mais a importância estratégica deste projeto.
Além disso, o Ministério da Economia do Japão demonstrou interesse em estudar também a viabilidade de outros combustíveis sustentáveis, como biodiesel, etanol e querosene verde (SAF), dentro do programa Sul Global, que visa apoiar projetos no Brasil.
Com este movimento, o Rio Grande do Sul avança significativamente para se tornar um hub global de inovação energética e um dos maiores produtores de hidrogênio verde do mundo, impulsionando sua economia e estreitando laços com o Japão em um setor de alta relevância para o futuro sustentável.
O que é hidrogênio verde
O hidrogênio verde é um combustível renovável e limpo, produzido a partir da eletrólise da água com energia de fontes renováveis, como eólica, fotovoltaica e hidrelétrica.
O hidrogênio verde é considerado uma solução para mitigar as mudanças climáticas e contribuir para a descarbonização do planeta. Ele pode ser utilizado em processos industriais, de mobilidade pesada e para armazenar energia.
O hidrogênio verde é importante por:
- Ser uma fonte de energia limpa, com baixa pegada de carbono.
- Contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
- Ser uma alternativa a combustíveis fósseis, que são poluentes e contribuem para o aquecimento global.
- Ser um componente fundamental para a fabricação de produtos químicos e combustíveis “verdes”.
- Ser mais leve e mais simples de manejar do que as baterias de íons de lítio.
- O hidrogênio verde pode ser armazenado em tanques de hidrogênio comprimido, que são capazes de armazenar energia por longos períodos de tempo.
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