Vacina contra câncer de próstata desenvolvida por gaúcho é testada nos EUA
Imunizante é produzido a partir de fragmentos do tumor do próprio paciente e promete maior eficácia na cura da doença
Uma vacina brasileira contra o câncer de próstata, desenvolvida com tecnologia de imunoterapia personalizada, iniciou testes clínicos nos Estados Unidos, prometendo resultados mais eficazes do que os tratamentos convencionais. Criada pelo médico gaúcho Fernando Kreutz, a vacina recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador norte-americano, para iniciar ensaios clínicos com 280 pacientes diagnosticados com câncer de próstata. As informações são da Zero Hora.
Após 25 anos de pesquisas no Brasil, a vacina mostrou resultados promissores nos estudos iniciais, e agora os testes nos Estados Unidos poderão validar sua eficácia em uma escala maior. Se os resultados forem positivos, o medicamento poderá ser registrado oficialmente nos próximos dois anos.
Nos ensaios realizados no Brasil, pacientes que receberam a vacina, associada ao tratamento convencional, apresentaram um índice de cura bioquímica de 85% após cinco anos. Este número é significativamente superior aos 48% registrados entre aqueles que seguiram apenas os métodos tradicionais, como radioterapia e hormonioterapia.
Como funciona a vacina
A vacina é produzida a partir de fragmentos do tumor do próprio paciente, retirados e processados em laboratório. As células cancerígenas são manipuladas para estimular o sistema imunológico, treinando-o para reconhecer e atacar as células tumorais. Esse processo, além de reduzir a probabilidade de resistência ao tratamento, potencializa a resposta imunológica.
Embora inicialmente voltada para o câncer de próstata, a vacina pode ser adaptada para combater outros tipos de tumores, como os de pulmão e pele, graças ao uso de antígenos específicos que são comuns a diferentes tipos de câncer.
Apoio e perspectivas
O projeto de desenvolvimento da vacina contou com o apoio de agências de fomento como a Finep e o CNPq, além de investimentos privados e colaborações acadêmicas. Com os testes clínicos em andamento nos Estados Unidos, o objetivo agora é confirmar a eficácia do tratamento em um número maior de pacientes e abrir portas para sua comercialização internacional, o que pode representar um avanço significativo no combate ao câncer.
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