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Dez coisas que você precisa saber sobre o DIU

Dispositivo é seguro e fácil de ser inserido, mas vale conversar com seu médico sobre formas de aliviar o desconforto; conheça as indicações e cuidados necessários

Agência Einstein / Reprodução
Dez coisas que você precisa saber sobre o DIU Muitas acabam descartando essa opção por medo de sentir dor durante a colocação
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Gabriela Cupani
Agência Einstein

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O dispositivo intrauterino (DIU) é extremamente seguro e eficaz, tem algumas vantagens sobre outros métodos, como as pílulas, e ainda permite que a mulher passe vários anos sem se preocupar com a contracepção. No entanto, muitas acabam descartando essa opção por medo de sentir dor durante a colocação.

O procedimento para inserir o dispositivo é rápido, mas envolve um grau de desconforto que varia muito de mulher para mulher, pois depende da tolerância, de experiências prévias, expectativas e até de condições de saúde mental, como ansiedade e depressão.

— Mas a grande maioria consegue suportar as cólicas — diz a ginecologista e obstetra Rita Sanchez, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Por outro lado, um estudo feito num hospital britânico com 284 mulheres que passaram pelo procedimento com anestesia local mostrou a diferença de percepção entre elas e os médicos: 42% das pacientes reportaram um leve desconforto e 41% consideraram o processo desconfortável; já entre os profissionais de saúde, esses números foram, respectivamente, de 56% e 33%.

O assunto vem ganhando tanta importância que, em agosto de 2024, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos atualizou suas diretrizes, enfatizando a recomendação para que médicos conversem com suas pacientes sobre opções para mitigar a dor e o incômodo.

Se você está em busca de mais informações sobre o método, confira as respostas para algumas das principais dúvidas acerca do tema.

  1. Como funciona o DIU?
    O DIU é um pequeno objeto de plástico em formato de T, com fios na ponta principal. Ao ser inserido no útero, ele se acomoda na parede do órgão com suas hastes na entrada das trompas, liberando substâncias que impedem a gravidez.
    Existem dois tipos: o não hormonal, que é feito de cobre e torna o ambiente hostil para os espermatozoides, e o hormonal, que contém progesterona e altera as condições do útero para impedir a fecundação. Além disso, o formato do DIU também dificulta a fertilização do óvulo. Dependendo do modelo, sua duração varia entre cinco e 10 anos.

  2. Como ele é colocado?
    O procedimento pode ser feito em consultório. Com a ajuda do espéculo (também conhecido como “bico de pato”), o médico afasta as paredes da vagina e usa uma pinça para alinhar e segurar o colo do útero, que é ligeiramente curvo. Essa etapa garante que o DIU será instalado corretamente.
    Em seguida, com uma sonda, o médico mede o tamanho do útero, do colo até o topo. Finalmente, o DIU é inserido por meio de um aplicador. Os fios são cortados de maneira que fique uma pontinha sobressalente, que será utilizada na hora da retirada — esse procedimento deve ser realizado apenas por um médico. O processo dura cerca de 30 minutos.

  3. Por que dói?
    Embora o desconforto seja geralmente considerado tolerável, pode causar cólicas fortes e até tontura em alguns casos. Uma pesquisa mostrou que mulheres que já tiveram parto vaginal sentem menos dor, enquanto as que nunca tiveram filhos tendem a sofrer mais.
    Mulheres com o canal cervical um pouco mais fechado também podem sentir mais incômodo. Nesses casos, é possível fazer o procedimento com sedação, o que leva cerca de uma hora, e a paciente recebe alta no mesmo dia.
    — Uma avaliação ginecológica prévia pode ajudar a decidir se o procedimento será feito no consultório ou no hospital, com anestesia — diz Rita Sanchez.

  4. Há formas de facilitar a colocação?
    Recomenda-se fazer o procedimento durante o ciclo menstrual, entre o terceiro e o quarto dia, quando o canal vaginal e o colo do útero estão mais abertos. Isso também garante que a paciente não esteja grávida.
    É possível tomar um analgésico no dia do procedimento ou um anti-inflamatório uma hora antes, sempre conforme orientação médica. Alguns profissionais utilizam anestésicos em spray ou por infiltração no colo do útero.

  5. Além de contraceptivo, o DIU tem outras indicações?
    O DIU hormonal pode reduzir consideravelmente o sangramento menstrual e, em algumas mulheres, chega até a suspender a menstruação.
    — Por isso, pode ser indicado nos casos em que o fluxo menstrual é muito intenso e chega a provocar anemia — diz Rita Sanchez.
    Esse tipo também é ideal para mulheres na menopausa que fazem terapia de reposição hormonal, pois ajuda a proteger o endométrio da ação dos hormônios. Além disso, pode ser benéfico para quem tem endometriose.
    Já o DIU de cobre tem como única função a contracepção e pode, em alguns casos, aumentar ligeiramente o fluxo menstrual. Vale lembrar que o DIU não protege contra infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV. Portanto, o uso do preservativo continua sendo essencial.

  6. Adolescentes podem usar?
    Mulheres que nunca engravidaram podem usar o DIU, mas é importante uma avaliação por ultrassom para determinar o modelo ideal.

  7. Por que algumas mulheres engravidam com o dispositivo?
    O DIU tem uma eficácia de 99%.
    — A maioria das falhas ocorre devido ao mal posicionamento do dispositivo, mas visitas periódicas ao ginecologista e avaliações com ultrassom podem reduzir esse risco — afirma Sanchez.

  8. Há quem não tolere o dispositivo?
    Em alguns casos, o DIU hormonal pode causar um leve inchaço e ganho de peso.
    — Isso varia de paciente para paciente, dependendo do seu perfil hormonal. Mas esses efeitos são pouco comuns, já que a liberação de progesterona é local — explica a médica. Em casos raros, o DIU pode ser expulso durante uma menstruação com fluxo muito intenso.

  9. Quais as contraindicações?
    Mulheres com quadro de infecção ou grávidas não podem utilizar o dispositivo. Aqueles com histórico de câncer de mama também não devem usar o DIU hormonal.

  10. É difícil engravidar depois?
    Após a retirada do DIU e após o término de um ciclo menstrual, é possível engravidar normalmente.

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