Reflexos das enchentes ainda afetam logística da Braskem no RS
Transporte de etanol para a produção de plástico verde teve que ser alterado
Seis meses após as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, a Braskem ainda enfrenta dificuldades logísticas, especialmente nas conexões ferroviária e hidroviária com o Polo Petroquímico de Triunfo, onde a empresa possui unidades de produção. A principal afetada foi a malha ferroviária, que era usada para transportar etanol de outras regiões do Brasil até o polo para produção do eteno verde. As informações são do Jornal do Comércio.
O CFO da Braskem, Pedro Freitas, destacou que a recuperação dessa linha é incerta, pois a concessão da ferrovia, administrada pela Rumo Logística, termina em 2027 e a empresa não tem interesse em restaurá-la.
Como alternativa, a Braskem passou a utilizar transporte por cabotagem e caminhões, o que gerou aumento de custos, mas a empresa já busca otimizar essa nova operação. Na logística fluvial, a dragagem emergencial do canal Furadinho, no Rio Jacuí, foi concluída para garantir o fluxo de produtos petroquímicos. Freitas espera que o poder público continue as dragagens necessárias.
Prejuízo de R$ 593 milhões no 3º trimestre de 2024
No terceiro trimestre de 2024, a Braskem registrou um prejuízo de R$ 593 milhões, uma redução de 75% em relação ao mesmo período do ano passado. A taxa de utilização das centrais petroquímicas no Brasil subiu para 73%, impulsionada pela retomada das operações em Triunfo, após a paralisação devido às enchentes.Apesar da melhora, Freitas afirmou que os resultados ainda são insatisfatórios, refletindo a crise do setor químico nacional. Ele ressaltou a necessidade de ações governamentais para garantir a competitividade da indústria química no Brasil, que enfrenta desafios com o aumento da oferta global. O setor responde por 11% do PIB industrial do país e gera cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos.
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