Seja bem-vindo
São Jerônimo, RS, 14/11/2024

  • A +
  • A -
Publicidade

Consumo de bebidas doces por crianças e adolescentes cresce 23% em 30 anos

Levantamento global revela que o Brasil está na contramão dessa tendência, mas a população ainda toma esses produtos mais do que o recomendado

Agência Einstein / Reprodução
Consumo de bebidas doces por crianças e adolescentes cresce 23% em 30 anos O Brasil passou de 8,1 porções semanais para 5,1 em 2018
Publicidade

Gabriela Cupani
Agência Einstein

Publicidade

O consumo mundial de bebidas açucaradas cresceu 23% nos últimos 30 anos. O Brasil, porém, está na contramão dessa tendência, liderando a queda entre os países mais populosos. Os dados são de um levantamento publicado em agosto no British Medical Journal que avaliou hábitos de crianças e adolescentes entre 3 e 19 anos em 185 países, comparando números de 1990 a 2018.

Para chegar aos resultados, os autores usaram o Global Dietary Database, um banco que compila dados de diversas nações. A partir deles, fizeram estimativas das tendências nas últimas três décadas sobre o consumo de sucos prontos, energéticos, bebidas esportivas, refrigerantes, entre outros. Eles excluíram da análise sucos 100% naturais e bebidas adoçadas sem calorias.

A investigação revela que a média do consumo semanal mundial é de 3,6 porções dessas bebidas, variando de 1,3 na região do Sudeste Asiático a 9,1 na América Latina. Cerca de 30% dos países — o que representa 10% dos jovens — consomem mais de sete porções por semana.

O Brasil passou de 8,1 porções semanais para 5,1 em 2018. Ainda assim, estamos acima do recomendado, já que essas bebidas deveriam ser exceção na rotina alimentar. O estudo também mostra que a ingestão foi maior entre os mais velhos, aqueles que moram em áreas urbanas e os filhos de pais com maior nível educacional.

Fatores que influenciam o aumento do consumo

Entre os motivos que explicam esse aumento estão a praticidade e o fácil acesso.

— Há diversos fatores que influenciam o comportamento alimentar, como o ambiente, principalmente aqueles caracterizados por um ‘deserto alimentar’, em que as pessoas têm muita dificuldade de encontrar alimentos saudáveis — analisa a nutricionista Fabiana Fiuza Teixeira, do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo ela, há ainda os chamados “pântanos alimentares”, que seriam regiões “alagadas” com produtos ultraprocessados.

O marketing desses itens também influencia, pois são vendidos como sendo “mais práticos”, o que colabora para o aumento do consumo. Segundo os autores, os achados reforçam a necessidade de políticas e intervenções para mudar esses comportamentos e prevenir doenças.

— Estudos mostram que pessoas que vivem em locais com maior acesso a produtos não saudáveis têm maior risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e obesidade — diz a nutricionista. Segundo ela, tem sido cada vez mais comum ver essas condições entre os mais jovens.

E os prejuízos não se aplicam só à saúde — a natureza também sofre.

— Quanto mais desembalamos, mais lixo produzimos e prejudicamos o meio ambiente. O bom e velho ‘desembale menos e descasque mais’ ainda é o melhor caminho — afirma Teixeira.

Como escolher a melhor bebida?

Ler e entender o rótulo é essencial para saber se um produto é de boa qualidade. Confira algumas dicas da nutricionista Fabiana Teixeira para a hora de escolher a bebida:

  • Se for tomar suco, prefira o natural;
  • Procure não adoçar os sucos naturais;
  • Estimule o uso de frutas, principalmente as da época, pois estão mais gostosas e baratas. Mantê-las congeladas pode facilitar o preparo de sucos no dia a dia;
  • Inclua a criança e o adolescente em todo o processo, desde a escolha dos produtos até o momento de fazer o suco, levando à feira e estimulando a compra de produtores locais, por exemplo;
  • Evite ao máximo consumir refrigerantes e sucos industrializados. Sucos de caixinha devem ser opção quando não há alternativa;
  • Evite bebidas com mais de três ingredientes, principalmente aquelas com nomes que não são comuns;
  • Não escolha aquelas em que o açúcar seja o primeiro ingrediente listado;
  • Evite as que trazem a palavra “néctar” na embalagem;
  • Se a criança ou o adolescente não tiver restrições alimentares, não escolha sucos adoçados com adoçantes ou de linha light/zero. Geralmente, eles têm mais aditivos e sódio;
  • Sempre que puder, prefira ingerir a fruta inteira. Ela fornece outros nutrientes que costumam ser perdidos nos sucos, como as fibras.

Publicidade



COMENTÁRIOS

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.