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São Jerônimo, RS, 21/11/2024

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Mudanças climáticas podem tornar o RS inabitável em breve, alerta meteorologista Carlos Nobre

A urgência em enfrentar a crise climática foi o tema central da palestra magna do 4º Summit Ambiental Internacional, realizado em Porto Alegre

Marcos Oliveira / Agência Senado
Mudanças climáticas podem tornar o RS inabitável em breve, alerta meteorologista Carlos Nobre Meteorologista Carlos Nobre
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A urgência em enfrentar a crise climática foi o tema central da palestra magna do 4º Summit Ambiental Internacional, realizado pelo Hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre. O evento, que começou nesta terça-feira (5/11) e segue até quarta (6/11), reúne especialistas em saúde e meio ambiente no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, dentro da instituição. A abertura foi feita por Carlos Afonso Nobre, um dos mais respeitados meteorologistas do Brasil e membro da equipe premiada com o Nobel da Paz em 2007, por seu trabalho no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

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Para Nobre, os desastres naturais, como as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio, são um reflexo das mudanças climáticas e destacam a necessidade urgente de ações para preservar o planeta.

— Estamos caminhando para um cenário de 'ecocídio', em que tanto o planeta quanto a humanidade correm sérios riscos. Precisamos reduzir a zero as emissões de gases de efeito estufa, combater o desmatamento e o tráfico de animais selvagens para evitar novas pandemias — alertou o cientista, ressaltando que “não existe um planeta B”.

Aquecimento global e suas consequências

Nobre também destacou que a temperatura global já está 1,3ºC acima dos níveis pré-industriais, com uma média de 3,3ºC nos últimos cinco anos.

— Se chegarmos a um aumento de 4ºC, o Rio Grande do Sul poderá se tornar inabitável — afirmou, ressaltando que, caso não haja um controle significativo das emissões de gases do efeito estufa, essa previsão pode se concretizar em breve. Os mais vulneráveis, como idosos, crianças e populações em situação de risco, são os que mais sofrerão as consequências dessa mudança, completou o especialista.

O evento, que aborda o tema “A Urgência da Ação Climática: Redefinindo o Papel das Instituições na Preservação do Planeta”, também trouxe dados alarmantes. Desde a Revolução Industrial, a humanidade emitiu cerca de 1,5 trilhão de toneladas de dióxido de carbono, resultando em um aumento de 10,3 centímetros no nível do mar desde 1993 e na perda de 8,3 mil quilômetros cúbicos de gelo das geleiras globais desde 1976. Se a temperatura continuar subindo, com um aumento de 4ºC, as ondas de calor poderão ser 5,3ºC mais intensas do que a média histórica, e ocorrerão 38 vezes a cada 50 anos, comparado às cinco vezes que acontecem atualmente a cada meio século.

O papel do Brasil no combate à crise climática

Apesar dos cenários alarmantes, Carlos Nobre acredita que o Brasil pode se tornar líder global na luta contra as mudanças climáticas. Ele defendeu políticas públicas focadas em resiliência, controle do desmatamento e adaptação climática, com o objetivo de atingir as metas de redução de emissões até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono (net zero) antes de 2040.

O CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, destacou a relevância do evento ao abordar a crise climática como um desafio de saúde pública.

— Nosso compromisso vai além de reduzir o impacto ambiental das nossas operações. Estamos comprometidos com a vida, influenciando práticas mais sustentáveis entre nossos fornecedores, funcionários e parceiros. A saúde pública e a proteção das populações mais vulneráveis são prioridades para nós — afirmou Parrini, parabenizando a equipe pela realização do evento.

Discussões e ações no 4º Summit Ambiental Internacional

Durante o evento, que acontece nos dias 5 e 6 de novembro, diversos especialistas e autoridades debatem como as mudanças climáticas impactam a saúde pública e o meio ambiente. Entre os palestrantes estão o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Renato Chagas, que apresentará as ações governamentais para enfrentar as mudanças climáticas, e o CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, que falará sobre a resiliência da saúde em tempos de crise ambiental.

O evento também abordará temas como a transformação ecológica na saúde, com o engenheiro Pablo Aledo Martinez-Illescas, da Veolia Brasil, e a importância do reaproveitamento e reciclagem de materiais, com a engenheira Nicole Sofia Röhsig López. Além disso, haverá discussões sobre edificação sustentável, com Pedro Silber, da Construtora Tedesco, e as compras sustentáveis, com ações específicas do Moinhos de Vento.

Ao longo dos dois dias de evento, os participantes também poderão conferir o trabalho desenvolvido pelo hospital com seus fornecedores, como a parceria com a CompenSAS no uso da Calculadora de Gases de Efeito Estufa. Além disso, serão entregues prêmios como o Eco-Colaborador e Parceiro Sustentável. Durante o evento, o público poderá concorrer a diversos brindes, incluindo bicicletas, que serão entregues no 4º Passeio Ciclístico, programado para o dia 9 de novembro no Parque Moinhos de Vento (Parcão).

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