Desde o dia 14 de outubro, a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) tem sido alvo de ameaças de morte, ataques racistas e mensagens de ódio, enviadas por e-mail. Até o momento, foram recebidos 43 e-mails com esse conteúdo, que já foram encaminhados à Polícia Federal (PF), ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Legislativa do Congresso Nacional, que estão investigando o caso.

Em publicação nas redes sociais, Dartora relatou o impacto das ameaças, destacando o caráter violento das mensagens, que não apenas ferem, mas colocam sua vida em risco. "Nos últimos meses, venho sendo alvo de uma série de ameaças de morte, ataques racistas e mensagens de ódio – palavras carregadas de violência que não só ferem, mas colocam minha vida em risco", afirmou a parlamentar.

A deputada também compartilhou a experiência emocional que vive ao enfrentar esse tipo de violência. "Essa violência não me atinge sozinha. Ela abala a paz dos que estão ao meu lado, daqueles que me amam, meus amigos e familiares, que vivem diariamente com o coração apertado, temendo pelo que pode me acontecer", escreveu. Ela ainda alertou sobre o impacto dessas ameaças na sociedade como um todo: "Quando uma representante eleita é ameaçada pela cor de sua pele, pelo seu gênero, pela coragem de defender o que é justo, todos nós perdemos. Esse é um ataque ao sonho de uma sociedade onde ninguém precisa se esconder ou temer pela própria segurança."

Além da investigação já em andamento pela Polícia Federal, as mensagens também foram enviadas ao Ministério Público Federal e à Polícia Legislativa, que auxiliam nas apurações. A deputada revelou que o efeito psicológico dessas ameaças tem sido devastador, gerando constante medo e dificuldade de cumprir suas responsabilidades como parlamentar. "O medo tem me paralisado, ao ponto de sair de casa se tornar um desafio. Como deputada federal, meu trabalho exige presença pública, pensamento estratégico e soluções para enfrentar o racismo estrutural no Brasil, mas, diante dessa violência, tudo se torna extremamente difícil", explicou Dartora.

Essa não é a primeira vez que Carol Dartora recebe ameaças. Em 2020, ainda como vereadora em Curitiba, e em 2022, ela já havia sido alvo de ataques semelhantes. No caso de 2020, as investigações ainda estão em fase inicial, enquanto em 2022, a Polícia Federal conseguiu identificar a origem das ameaças, mas não conseguiu rastrear o autor.

A deputada destacou a gravidade da situação: "A violência que enfrento é também uma violência contra a democracia, contra o direito de cada brasileira e brasileiro a um Brasil onde todos possam se expressar livremente, sem medo."

Carol Dartora, de 41 anos, cumpre seu primeiro mandato como deputada federal, tendo sido eleita em 2022 e assumido o cargo em fevereiro de 2023. Antes de chegar ao Congresso, ela foi vereadora em Curitiba entre 2021 e 2023. Professora, historiadora e sindicalista, Dartora tem sido uma defensora ativa dos direitos humanos e da luta contra o racismo estrutural.