A Polícia Civil voltou a desarticular um grupo criminoso que atua na telentrega de drogas no Vale do Sinos. O bando, que já havia sido alvo da Operação Desvio de Rota, em agosto, é comandado por um detento da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Mesmo após a primeira ofensiva, outros núcleos da facção permaneceram operando, o que levou a novas investigações e ações da polícia.

Na noite de segunda-feira (23/09), agentes da 2ª Delegacia de Polícia (DP) de São Leopoldo prenderam um homem de 27 anos, que transportava seis quilos de maconha dentro de um Fiat Argo branco, no bairro Santo André. O suspeito, que já possuía antecedentes por tráfico de drogas, admitiu informalmente que faria a entrega da droga a comparsas, responsáveis por fracionar o entorpecente para a venda.

A investigação revelou que a organização criminosa lucrava mais de R$ 10 mil por semana apenas com a telentrega de maconha. O esquema incluía ainda o delivery de drogas sintéticas e cocaína, com diferentes grupos operando separadamente para cada tipo de droga.

O delegado titular da 2ª DP de São Leopoldo, André Serrão, afirmou que o grupo criminoso tem vínculos com uma facção que atua em toda a região do Vale do Sinos. Segundo ele, a operação de tráfico por encomenda atendia usuários em várias cidades, como Sapiranga, Campo Bom e Novo Hamburgo.

— Cada núcleo do esquema atuava com foco em uma droga específica, sempre no modelo de delivery. Identificamos grupos separados para traficar cocaína, sintéticos e, mais recentemente, um braço específico para a venda de maconha — explicou o delegado André Serrão.

O suposto líder da organização é um homem de 36 anos, preso na Pasc, na Região Carbonífera. Ele foi capturado em julho de 2023, em São Paulo, enquanto almoçava com a família em um restaurante de luxo. Na ocasião, o traficante estava foragido após violar a prisão domiciliar concedida por razões humanitárias, devido a uma cirurgia na perna. A suspeita é que ele planejava fugir do país com o auxílio da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

O detento, considerado uma das principais lideranças da facção no Vale do Sinos, já acumula uma pena de mais de 38 anos em regime fechado por tráfico de drogas e tentativa de homicídio. Ele também é acusado de ordenar assassinatos enquanto estava preso.