O aterro sanitário da CRVR em Minas do Leão iniciou a recepção de resíduos resultantes da enchente que afetou sete municípios gaúchos, incluindo Porto Alegre. A estimativa é de que o volume total a ser tratado pela companhia chegue a 300 mil toneladas.

Para assegurar a disposição segura desse material, a empresa investiu R$ 1,5 milhão na criação de uma nova área de recebimento. O local foi impermeabilizado e equipado com um sistema de drenagem de chorume, além de outras medidas preventivas, a fim de minimizar impactos ambientais.

Devido à natureza contaminada e misturada dos resíduos, é essencial que a disposição seja feita com cautela. Misturar esses materiais nas mesmas células que tratam o lixo urbano de 78 municípios poderia comprometer projetos de valorização de resíduos em andamento no local, como a geração de energia elétrica a partir do biogás.

A CRVR também contratou um estudo de gravimetria para analisar a composição dos resíduos, visando identificar oportunidades de reaproveitamento e reintegração na cadeia produtiva em um futuro próximo.

— Nossa prioridade é resolver a situação com segurança. Depois, analisaremos as características e demandas do mercado para buscar as melhores alternativas para valorizar esses resíduos — afirma Leomyr Girondi, diretor-presidente da CRVR.

Solução Adequada para Passivo Ambiental

Em 18 de julho, o Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu a suspensão do envio de resíduos das enchentes para o aterro temporário São Judas Tadeu, em Gravataí, devido a irregularidades operacionais. Como resultado, o aterro de Minas do Leão, o maior da região Sul, foi habilitado para receber esse material, oferecendo uma solução segura e adequada para o destino final desse passivo ambiental.

Com capacidade para receber diariamente 4,5 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), a unidade agora opera 24 horas por dia, sete dias por semana, para atender a um aumento de mais de 50% na quantidade de lixo recebida. Além de Porto Alegre, os municípios de Guaíba, Santa Cruz do Sul, Estrela, Venâncio Aires, Montenegro e Pareci Novo também estão enviando os resíduos das cheias para Minas do Leão.