Pai e dois filhos estão entre as quatro vítimas de chacina em Arroio dos Ratos
Com exceção do adolescente de 15 anos, os outros mortos tinham ligação com uma facção criminosa
As vítimas foram executadas com disparos de pistola e espingarda calibre 12 enquanto estavam rendidas Quatro pessoas foram brutalmente assassinadas na madrugada de domingo (22/09) em Arroio dos Ratos, na Região Carbonífera. As vítimas foram executadas com disparos de pistola e espingarda calibre 12 enquanto estavam rendidas, de joelhos, pelos criminosos que se apresentaram como policiais ao invadirem a residência.
— As vítimas estavam ajoelhadas no momento da execução. Os criminosos se identificaram como policiais, o que desmotivou qualquer tentativa de reação. Eles renderam as vítimas, recolheram drogas e armas que poderiam ser negociadas, e em seguida as executaram — explicou o delegado Fabiano Berdichevski, em entrevista à Zero Hora.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, a casa onde ocorreu o crime era usada como residência por algumas das vítimas, mas também servia como ponto de tráfico de drogas. Esse fator é apontado como a principal motivação para o crime. Entre os mortos estão José Antônio da Silva (Cavalinho), de 56 anos, seus dois filhos, Maicon Júnior de Oliveira da Silva (Gordo), de 30, e Kauã Oliveira da Silva (Cabeça), de 15 anos. A quarta vítima, identificada como Antônio Carlos Romeiro Lopes (Cazão), de 59 anos, não teve o parentesco revelado.
Exceto o adolescente, os demais mortos tinham envolvimento com uma facção criminosa e um histórico de vínculos com a criminalidade. A investigação também apurou que outros membros da mesma família já haviam sido alvo de homicídios e tentativas de homicídio em episódios anteriores, motivados pela mesma disputa criminosa.
A residência onde o crime ocorreu fica em uma área de aspecto rural, numa rua de chão batido. Segundo o delegado Berdichevski, o local é calmo durante o dia, mas se transforma à noite.
— Durante a madrugada, o local se torna bastante movimentado por ser um ponto de venda de drogas. Pessoas que passam pela cidade durante o dia dificilmente notariam o que ocorre ali. Arroio dos Ratos é uma cidade pequena e relativamente tranquila — observou o delegado.
A Polícia Civil segue investigando o caso e trabalha com algumas linhas principais, todas relacionadas ao tráfico de drogas. Entre as possibilidades está uma disputa entre facções rivais na região ou até mesmo uma briga interna na própria organização criminosa. O policiamento na cidade foi reforçado pela Brigada Militar e pela Polícia Civil desde o ocorrido, visando garantir a segurança na região.
“A resposta será forte”, afirma secretário de Segurança
Setembro teve início com uma sequência de crimes violentos, com chacinas em Rolante, Alvorada, Santa Rosa e, agora, em Arroio dos Ratos.
Na manhã desta segunda-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, o secretário de Segurança Pública do Estado, Sandro Caron, disse que embora os crimes não estejam relacionados entre si, a motivação é a mesma: a guerra do tráfico, que tem se espalhado pelas cidades do interior, resultando em episódios de extrema violência. Na Região Carbonífera, as cidades mais afetadas são Butiá e Arroio dos Ratos.
Caron assegurou uma resposta forte e rápida diante das ocorrências registradas durante o feriado e o fim de semana. Uma das primeiras ações foi o reforço das equipes da Polícia Civil e Brigada Militar nos dois municípios, com o objetivo de intensificar a segurança e acelerar as investigações.
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