Morre César, campeão da Libertadores e do mundo pelo Grêmio, aos 68 anos
Ex-atacante marcou o gol do título na decisão da América contra o Peñarol, após cruzamento de Renato Portaluppi
César chegou ao Grêmio em janeiro de 1983, vindo do Benfica, aos 26 anos A Nação Gremista está de luto. César Martins de Oliveira, ex-atacante do Grêmio e autor do gol que garantiu a vitória na Copa Libertadores de 1983, faleceu nesta terça-feira (17), aos 68 anos. O ex-jogador estava internado no Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, desde 25 de agosto, devido a problemas de circulação sanguínea em uma de suas pernas. As informações são da Zero Hora, Grêmio FBPA e Correio do Povo.
César, natural de São João da Barra, no Rio de Janeiro, iniciou sua carreira profissional no América-RJ, onde se destacou como artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1979. Suas performances brilhantes o levaram ao Benfica, de Portugal, onde conquistou dois campeonatos portugueses e três Taças de Portugal.
Em 1983, César transferiu-se para o Grêmio, com um contrato de 30 milhões de cruzeiros. Sua estreia foi marcada por uma goleada de 4 a 0 sobre o Campo Grande/RJ, na Taça de Ouro. Embora não tenha se estabelecido como titular, sua contribuição foi crucial na conquista da primeira Copa Libertadores do clube. Na decisão contra o Peñarol, no Estádio Olímpico, ele marcou o gol da vitória aos 32 minutos do segundo tempo, após um cruzamento de Renato Portaluppi. Este gol não apenas selou o título, mas também ficou eternizado na memória dos torcedores.
— Eu acreditava no título, que eu poderia ajudar. Mas não sabia se faria o gol ou não. Nós queríamos muito aquela Libertadores. Dificilmente eu e outros tantos naquele grupo teríamos a chance de chegar até a final de novo. Conseguimos aproveitar a oportunidade que tivemos, e isso me deixa muito feliz — relembrou César em entrevista à Zero Hora em 2020.
Além de seu papel decisivo na Libertadores, César também integrou o elenco que conquistou o Mundial em Tóquio, enfrentando o Hamburgo, embora tenha ficado no banco durante a final. Ele permaneceu no Grêmio até junho de 1984, contabilizando 49 jogos e 14 gols com a camisa tricolor.
Após sua passagem pelo Grêmio, César continuou sua carreira no Palmeiras, São Bento e Pelotas, onde encerrou sua trajetória no futebol profissional no final dos anos 1980. Em 2009, ele foi homenageado com uma estrela na Calçada da Fama do Grêmio.
O Grêmio expressou seu pesar pela perda em nota oficial: "Hoje, o céu ganhou mais uma estrela. Lamentamos profundamente o falecimento de César, atacante que fez história pelo Tricolor. Ele marcou o gol do título da nossa primeira Libertadores e também conquistou o Mundial em 1983. Está imortalizado na Calçada da Fama e em nossos corações. Desejamos forças aos familiares e amigos."
Companheiro de César nas conquistas da Libertadores e do Mundial, Renato Portaluppi também se manifestou oficialmente em sua conta no Instagram. O técnico do Grêmio lamentou a morte do ex-jogador: “A vida nos prega peças que são difíceis de digerir. Em um ano tão complicado, recebemos hoje, eu e toda a nação gremista, mais uma pancada das fortes. César foi um guerreiro dentro e fora do campo. Descanse em paz, meu amigo. Que Deus te receba de braços abertos e conforte toda a sua família”.
César deixa um legado indelével no Grêmio e no futebol brasileiro. Seu carinho pelo clube e pela torcida foi uma constante em sua vida, como ele mesmo expressou: "Agradeço por ter passado por vários momentos dentro do Grêmio. A torcida sempre foi maravilhosa comigo. Sinto saudade daquela época. Até eu morrer, sempre serei grato pelo que vivi no Grêmio."
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