CMPC anuncia Investimento de R$ 150 Milhões em aumento de patrimônio florestal
Atualmente, a empresa possui cerca de 200 mil hectares no Rio Grande do Sul gerenciados pela Companhia, direta ou indiretamente, contando ainda com mais de 300 mil hectares de terceiros
Empresa deve adquirir aproximadamente 10 mil hectares de terras A CMPC projeta um investimento de R$ 150 milhões em 2024 para expandir seu patrimônio florestal no Rio Grande do Sul, adquirindo aproximadamente 10 mil hectares de terras. Este crescimento na produção de celulose da empresa terá impactos significativos em diversas atividades econômicas, evidentes já a partir deste ano.
Expansão e Novos Projetos
O diretor-geral da unidade de Guaíba da CMPC, Antonio Lacerda, que assumiu o cargo recentemente, destacou a importância desse investimento. Lacerda, natural do Rio de Janeiro, possui mais de 25 anos de experiência em multinacionais, incluindo Monsanto, Norske e Basf. Ele chegou à CMPC após atuar como vice-presidente de Produtos Químicos na América do Sul pela Basf.
A CMPC está atualmente finalizando o projeto BioCMPC, anunciado em 2021, que inclui investimentos de R$ 2,75 bilhões para aumentar a capacidade de produção de celulose da unidade de Guaíba em mais 350 mil toneladas anuais, um aumento de 18%. Em julho passado, a planta estabeleceu um recorde de produção mensal com 205.460 toneladas métricas secas de celulose, grande parte destinada à exportação, com uma empresa chinesa adquirindo cerca de 15% da produção para a confecção de roupas.
Novos Empreendimentos e Parcerias
Além do BioCMPC, a CMPC anunciou o projeto Natureza, que prevê a construção de uma nova fábrica em Barra do Ribeiro, com capacidade para 2,5 milhões de toneladas de celulose anuais e um investimento de aproximadamente R$ 24 bilhões. Para viabilizar este projeto, a empresa precisará de mais 80 mil hectares de plantio de eucaliptos. A CMPC buscará parcerias com produtores rurais gaúchos para atingir essa meta nos próximos cinco a seis anos.
Lacerda ressalta que os agricultores da região estão em busca de diversificação em suas atividades. O programa de fomento florestal RS+Renda da CMPC oferecerá adiantamento de pagamento durante o plantio de eucaliptos. A valorização da madeira será influenciada pela distância da fábrica, com a planta de Guaíba captando madeira de áreas que variam entre 15 e 400 quilômetros de distância.
Atualmente, a CMPC gerencia cerca de 200 mil hectares no Rio Grande do Sul, além de aproximadamente 300 mil hectares de terceiros. Esses terrenos são divididos entre plantio de eucaliptos e áreas de preservação, com uma proporção de 56% para plantio e 44% para preservação.
Infraestrutura e Logística
Para escoar a produção da nova planta em Barra do Ribeiro, que deve iniciar operações em 2029, a CMPC planeja construir um terminal hidroviário no lago Guaíba, com um investimento estimado em US$ 150 milhões. Além disso, a empresa pretende instalar outro terminal no Porto do Rio Grande, na área anteriormente ocupada pela Companhia Swift do Brasil. Este projeto está aguardando a concessão do terreno pelo governo federal para que a licitação possa ser aberta.
A CMPC também está preparando uma dragagem para melhorar o acesso por hidrovia à planta de Guaíba, prejudicado pelo assoreamento devido a eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul. O processo de licitação para a dragagem está previsto para ser concluído em duas semanas, com um investimento de cerca de R$ 10 milhões e um prazo de conclusão de aproximadamente dois meses.
Perspectivas de Autossuficiência Energética
Para a nova fábrica em Barra do Ribeiro, Lacerda revelou planos para instalar uma caldeira que utilizará biomassa e subprodutos da produção de celulose, permitindo que a unidade seja autossuficiente em energia elétrica e ainda tenha excedente para comercialização.
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