Exército encerra participação na duplicação da BR-116; Dnit busca nova empresa para conclusão
Obras paradas desde maio devido a enchentes não serão retomadas pelo Exército; nova empresa será contratada para finalizar o trecho em Guaíba
A participação do Exército na duplicação da BR-116, especificamente nos lotes 1 e 2, chegou ao fim. As obras estavam interrompidas desde maio devido às enchentes que afetaram o Estado, e o batalhão de engenharia e construção da corporação não retomará o trabalho. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) agora buscará uma nova empresa para concluir o trecho.
A decisão de suspender a colaboração do Exército foi tomada recentemente. O Comando Militar do Sul (CMS) foi deslocado para atuar em resgates, limpeza e reconstrução dos municípios afetados pelas enchentes, trabalho que ainda está em andamento.
O Exército, ao contrário das empresas privadas, recebe os recursos financeiros antes de iniciar as obras. Caso haja valores não utilizados na prestação de contas, o montante é devolvido. Dos 50 quilômetros originalmente previstos para a duplicação, 37 já têm pista extra. Os 13,8 quilômetros restantes não serão entregues até dezembro, como estava previsto. A expectativa é que, ao retomar a duplicação, serão necessários 12 meses para concluir o trabalho.
"O Exército Brasileiro e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) decidiram suspender as obras de duplicação da BR-116 devido ao emprego da tropa na Operação Taquari 2, que apoia a população gaúcha afetada pelas enchentes. O Dnit está em processo de estudos para contratar outra empresa para terminar a duplicação no trecho de Guaíba", informou o CMS em nota.
O CMS iniciou a duplicação de 50 quilômetros em janeiro de 2019, com previsão de conclusão para fevereiro de 2022. Originalmente, a responsabilidade pelo trecho era da construtora Constran, que teve seu vínculo rescindido com o Dnit em 2018 devido a problemas financeiros e recuperação judicial.
Nos demais trechos dos 211 quilômetros da duplicação, que vão de Barra do Ribeiro a Pelotas, as obras continuam. Até o momento, 162 quilômetros estão concluídos, o que representa 77% do total com pista duplicada. O Dnit prevê liberar 20 dos 49 quilômetros restantes até dezembro de 2024, com a conclusão final dos últimos 29 quilômetros esperada para 2025. A duplicação da BR-116 começou em 2011, com previsão inicial de conclusão para 2014.
A obra abrange um total de 211,22 quilômetros, ligando a região Metropolitana à zona sul do Estado. O investimento total previsto é de aproximadamente R$ 2 bilhões. Até julho, foram investidos R$ 1,43 bilhão, representando 69,5% do total, restando R$ 629 milhões para serem investidos.
O Exército era responsável pela duplicação dos dois primeiros lotes da BR-116, entre Guaíba e Pelotas. Dos 50,8 quilômetros, 37,4 foram concluídos. O custo estimado para a conclusão dos trabalhos restantes é de R$ 122 milhões.
Situação dos demais lotes:
- Lote 3: Pista totalmente duplicada e liberada (21,9 km). Faltam viadutos que serão executados na nova concessão da BR-116.
- Lote 4: Totalmente concluído e liberado (24 km).
- Lote 5: Aproximadamente 10 quilômetros restantes, com conclusão prevista para março de 2025. Necessário investimento de R$ 109 milhões.
- Lote 6: Novo contrato assinado em outubro do ano passado. Já foram duplicados 16,2 dos 26,2 quilômetros, com previsão de conclusão da pista principal até o fim do ano. Necessário investimento de R$ 130 milhões.
- Lote 7: Quase concluído. Faltam 300 metros (viaduto e ruas laterais), com previsão de conclusão para março do ano que vem. Necessário investimento de R$ 60 milhões.
- Lotes 8 e 9: Total de 41,7 quilômetros. 28,8 quilômetros concluídos. Contrato para os remanescentes iniciado em 1º de setembro do ano passado, com previsão de conclusão até o final de 2025. Investimento de R$ 80 milhões.
- Lote 10: Ponte sobre o Rio Camaquã com fundações, pilares e mesoestrutura em andamento. O Viaduto da Pompéia terá início em janeiro, com previsão de conclusão para início de 2025. Custo estimado de R$ 43 milhões.
A duplicação da BR-116 é crucial para a melhoria do acesso ao Porto do Rio Grande, um importante corredor de escoamento da produção entre o Brasil e o Mercosul, beneficiando diretamente 12 cidades e suportando um fluxo significativo de caminhões e veículos de passeio.
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