Quase 2,5 milhões de carros circulam no país com airbags defeituosos
Os airbags, da marca Takata, foram usados em veículos fabricados por 17 montadoras entre 2001 e 2018; um recall mundial está em andamento para substituir a peça
No Brasil, mais de 5 milhões de veículos foram convocados para substituir a peça defeituosa, mas apenas metade dos proprietários levou seus carros para revisão Cerca de 2,5 milhões de veículos no Brasil ainda estão em circulação com airbags defeituosos da marca japonesa Takata, utilizados em carros fabricados por 17 montadoras entre 2001 e 2018. No Brasil, sete pessoas já perderam a vida devido à explosão desses airbags. As informações são do portal g1.
Para inflar o airbag em caso de colisão, a Takata utilizava um composto químico chamado nitrato de amônio. Com o tempo, e em contato com calor e umidade, esse composto se torna altamente explosivo e pode corroer partes metálicas do dispositivo. Quando o airbag é acionado, fragmentos do equipamento podem ser projetados para dentro do veículo.
— Essa bolsa de airbag abre a cerca de 320 km/h. Então, juntando uma explosão muito forte com uma peça fragilizada pelo composto químico, esses fragmentos, que estão a menos de um metro do motorista, saem como se fosse um tiro à queima-roupa — explica Rodolpho da Hora, perito em trânsito do Rio de Janeiro.
Foi o que ocorreu com o marceneiro Cléber Moreira, em abril. Ele colidiu o carro em baixa velocidade enquanto voltava do trabalho, e o airbag foi acionado. Cléber morreu instantaneamente devido a uma perfuração no tórax. Inicialmente, suspeitou-se de homicídio, mas a causa foi identificada como a explosão do airbag.
Um caso semelhante aconteceu em 2022, no Ceará. Um homem de 38 anos morreu ao volante com uma perfuração no pescoço. Os socorristas que chegaram ao local inicialmente acreditaram que a vítima havia sido baleada, e até acionaram o Departamento de Homicídios do Ceará, que mais tarde confirmou que a morte foi causada pelo sistema interno do veículo.
Perícias indicaram que algumas das vítimas estavam a cerca de 30 km/h no momento do impacto. Segundo especialistas, é praticamente impossível morrer em uma colisão a essa velocidade, desde que o motorista esteja usando cinto de segurança.
No Brasil, mais de 5 milhões de veículos foram convocados para substituir a peça defeituosa, mas apenas metade dos proprietários levou seus carros para revisão.
Outros países também enfrentam o mesmo problema, tornando este recall o maior da história da indústria automobilística.
A Takata faliu quatro anos após a descoberta do defeito. A empresa se declarou culpada e foi condenada a pagar uma multa superior a 1 bilhão de dólares nos Estados Unidos, onde mais de 20 milhões de carros com airbags defeituosos foram vendidos, segundo a agência federal de segurança automobilística americana.
Os proprietários de veículos podem verificar se seu carro está sujeito ao recall acessando o site da Secretaria Nacional de Trânsito (portalservicos.senatran.serpro.gov.br/#/veiculos/recall) e inserindo o número do chassi ou da placa.
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