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São Jerônimo, RS, 12/09/2024

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'Toca Raul': há 35 anos Raul Seixas entrava para a eternidade

As composições do “maluco beleza” ainda embalam festas e rodinhas de violão e fazem a cabeça dos jovens

Reprodução
'Toca Raul': há 35 anos Raul Seixas entrava para a eternidade Há exatos 35 anos, em 21 de agosto de 1989, Raul Seixas, um dos maiores ícones da música brasileira, entrou para a eternidade
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Há exatos 35 anos, em 21 de agosto de 1989, Raul Seixas, um dos maiores ícones da música brasileira, entrou para a eternidade. Suas composições continuam embalando festas, rodinhas de violão e fazendo a cabeça de jovens, enquanto o pedido "toca Raul" se transformou em um sonoro grito, quase um meme cultural, ecoando a influência duradoura do "Maluco Beleza".

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O Último Ato de Raul

Dois dias após o lançamento de seu 15º disco, A Panela do Diabo, Raul Seixas foi encontrado morto em seu apartamento em São Paulo, por volta das 8h da manhã. O artista, que havia enfrentado problemas de alcoolismo e diabetes, não tomou insulina na véspera, o que contribuiu para sua morte, oficialmente declarada como decorrente de uma parada cardíaca após uma pancreatite fulminante. Com apenas 44 anos, Raul deixou um legado que atravessaria décadas.

Mesmo debilitado, Raul ainda se mantinha relevante. A Panela do Diabo, que trouxe faixas como "Carpinteiro do Universo" e "Pastor João e a Igreja Invisível", vendeu 150 mil cópias e lhe rendeu um disco de ouro póstumo. Contudo, a verdadeira imortalidade do cantor não está apenas nas vendas, mas na capacidade de suas músicas continuarem a ressoar, 35 anos após sua morte.

O Eterno "Maluco Beleza"

Para especialistas e fãs, a perpetuação da obra de Raul Seixas se deve à sua capacidade poética de se conectar com todos os tipos de pessoas, atravessando gêneros musicais, estilos e temas. Jotabê Medeiros, jornalista e crítico musical, autor da biografia Raul Seixas: Não Diga Que a Canção Está Perdida, destaca essa proximidade do artista com o povo e as aflições brasileiras como um dos motivos para sua permanência no imaginário popular.

— Raul tinha uma proximidade legítima com as ruas, com o povo, com as aflições brasileiras. Isso dotou sua música de uma característica de diagnóstico das mazelas nacionais, assim como carregou para as letras uma linguagem que é imediatamente compreendida por todo o espectro da população — analisa Medeiros.

Essa habilidade de Raul em combinar o rock de Elvis Presley com o baião nordestino foi, segundo o escritor e tradutor Vitor Cei, a fórmula que o tornou um ícone.

— Esse sincretismo, que não é exclusividade dele, pois já existia no Tropicalismo, é um legado estético. O legado ético de Raul Seixas para as gerações futuras foi registrado por ele na canção-testamento "Geração da Luz" — acrescenta Cei.

A Genialidade Simples de Raul

Rodrigo Faour, jornalista e historiador da música, destaca Raul Seixas como um dos roqueiros mais interessantes e originais do Brasil, caracterizando-o como um "roqueiro tropicalista", que misturava elementos de rock com gêneros brasileiros como baião, xaxado e embolada.

— Ele foi, mesmo sem querer sê-lo com esse rótulo, um roqueiro tropicalista. Porém, menos conceitual e mais popular do que Os Mutantes e aquela turma — observa Faour.

Bruno Leo Ribeiro, do podcast Silêncio no Estúdio, aponta para a genialidade de Raul, que fazia com que qualquer disco seu parecesse uma coletânea, dada a quantidade de hits.

— São músicas simples, com melodias memoráveis e letras que são o puro suco da brasilidade. Acho que soma tudo isso com um certo ar misterioso. De um artista que, infelizmente, não está mais por aqui há muito tempo — afirma Ribeiro.

A Trajetória do "Maluco Beleza"

Raul Santos Seixas nasceu em Salvador, em 28 de junho de 1945. Desde cedo, mostrou interesse pela música, fundando bandas e se envolvendo com o rock, inspirado por Elvis Presley e outros ícones do gênero. Em 1973, lançou seu primeiro álbum solo, Krig-Há, Bandolo!, que trouxe clássicos como "Mosca na Sopa" e "Metamorfose Ambulante". Sua parceria com Paulo Coelho, que resultou em canções como "Gita" e "Sociedade Alternativa", foi um marco em sua carreira.

Apesar do sucesso, a vida de Raul também foi marcada por lutas pessoais. O alcoolismo e a saúde debilitada foram constantes em seus últimos anos, culminando em sua morte precoce. Contudo, mesmo com esses desafios, Raul continuou a produzir música até o fim, deixando um legado que ainda inspira e transforma a cultura brasileira.

O Legado que Vive

Trinta e cinco anos após sua morte, a música de Raul Seixas segue viva e presente. Jotabê Medeiros destaca a relevância contínua de sua obra:

— Raul criou a música conceitual, híbrida de gêneros, nacional e planetária ao mesmo tempo, dessacralizadora e contestadora em amplitude filosófica, existencial. E não só para si, mas para toda a sua geração.

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