Reabertura do Aeroporto Salgado Filho é mantida para outubro
Cerca de 40% das obras que estavam previstas para outubro já estão concluídas
As obras da fase 2 de recuperação do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, já alcançaram 40% de conclusão, segundo informações divulgadas pelo vice-presidente de operações da Fraport, Edgar Nogueira. A previsão é que as operações comerciais e domésticas na pista sejam retomadas em 21 de outubro. A informação foi divulgada durante uma coletiva de imprensa realizada após uma vistoria no local, acompanhada pelo vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do Rêgo Filho, e pelo Ministro da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta.
— Temos entre 30% e 40% das obras concluídas, o que significa que ainda precisamos realizar 60% do trabalho nos próximos 60 dias — afirmou Nogueira. Ele também destacou que o valor necessário para a recuperação total do aeroporto, inicialmente estimado em R$ 700 milhões, está em constante mudança conforme o andamento das obras. Além da pista, os reparos incluem a aquisição de novos equipamentos.
O ministro Paulo Pimenta informou que, até o momento, 128 voos diários estão programados para operar a partir de outubro. A expectativa é que os voos internacionais sejam retomados em 21 de dezembro.
De acordo com uma nota publicada pela Fraport, as etapas de fresagem e repavimentação da taxilane do Pátio 1 e da taxiway M4, além de 1.200 metros da pista de pouso e decolagem e da taxiway F, já foram concluídas. Após a fresagem, será aplicada a pintura de ligação, essencial para garantir a aderência das camadas de asfalto subsequentes, restaurando a altura original da pista. Uma usina de asfalto também está em construção dentro do aeródromo, e as obras da fase 3 estão previstas para começar em seguida.
Questionado sobre a possibilidade de adiantamento das operações, o ministro Pimenta negou essa hipótese, afirmando que o cronograma está sendo rigorosamente seguido.
— Queremos garantir que o cronograma seja totalmente executado dentro do prazo. Antes do Natal, queremos que o aeroporto esteja funcionando 100% — reafirmou.
Anac enviará estudo de reequilíbrio financeiro ao TCU
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enviará ao Tribunal de Contas da União (TCU), na quarta-feira (21/08), o estudo de viabilidade técnica de reequilíbrio financeiro da concessão do Aeroporto Salgado Filho. A informação foi confirmada pelo ministro Vital do Rêgo Filho durante a coletiva.
— Não temos os valores específicos. Há a questão da Fraport com a seguradora, que é de direito privado. Depois, no processo de reequilíbrio, saberemos quanto o Tesouro vai aportar. O recurso do Tesouro é a terceira etapa — explicou o ministro.
O reequilíbrio financeiro não envolve apenas valores monetários, mas também outros dispositivos previstos no contrato de concessão. O ministro Paulo Pimenta enfatizou que os recursos a serem liberados pelo Tesouro não interferem no andamento das obras, que seguem conforme o planejado.
— A Advocacia Geral da União (AGU) também enviará a documentação para o TCU, que produzirá o estudo necessário para determinar o valor da complementação pelo Tesouro. Isso não interfere nas obras — concluiu Pimenta.
Histórico
Após a suspensão das operações no Salgado Filho, a Base Aérea de Canoas, situada a 15 quilômetros de Porto Alegre, passou a receber voos comerciais remanejados. O check-in, despacho de bagagem e embarque foram realizados a partir de um terminal provisório montado em um shopping de Canoas, que cedeu espaço à concessionária até 15 de julho, quando o aeroporto de Porto Alegre reabriu parcialmente, retomando os embarques e desembarques que estavam suspensos.
O aeroporto foi inundado em maio devido aos fortes temporais que atingiram o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e maio, provocando uma situação de calamidade. A pista do aeroporto ficou submersa por 23 dias.
Em meados de junho, o terminal de cargas do aeroporto de Porto Alegre voltou a funcionar exclusivamente para o recebimento e retirada de mercadorias por transporte rodoviário, sem a retomada do transporte aéreo de cargas. Após o recuo das águas, a concessionária realizou a limpeza e avaliação dos danos. Além da pista de pouso e decolagem, as pistas de táxi aéreo e o pátio de aeronaves também estão inclusos no processo de reabilitação do aeroporto.
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