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São Jerônimo, RS,11/03/2025

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Sistemas agropecuários sustentáveis ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa

Conclusão apresentada por cientistas da USP no Journal of Cleaner Production está baseada em revisão sistemática de estudos

CCARBON
Sistemas agropecuários sustentáveis ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa Estudo buscou avaliar em que medida a adoção de práticas da agricultura climaticamente inteligente é capaz de mitigar as emissões no Brasil
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Agência FAPESP

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Um estudo conduzido na Universidade de São Paulo (USP) avaliou o impacto da adoção de práticas da "agricultura climaticamente inteligente" (CSA, na sigla em inglês) na mitigação das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. A CSA é um conjunto de métodos que busca transformar e reorientar a agricultura para alcançar maior sustentabilidade e resiliência econômica, social e ambiental.

Cientistas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) realizaram uma revisão sistemática de artigos que medem as emissões desses gases no campo. Os resultados foram divulgados no Journal of Cleaner Production.

A pesquisa foi realizada no âmbito do Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCARBON) e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI). O CCARBON é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, sediado na Esalq-USP. O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído na Escola Politécnica da USP por FAPESP e Shell, com apoio de diversas empresas.

De acordo com Wanderlei Bieluczyk, bolsista de pós-doutorado da FAPESP no Cena-USP e primeiro autor do artigo, constatou-se que "converter áreas de pastagens degradadas e de agricultura convencional para práticas de CSA, especialmente para sistemas integrados de produção, tem elevado potencial para mitigar a emissão de gases. Isso graças a uma redução das emissões de metano [CH4] entérico por produto [por quilograma de carne produzido, por exemplo] e ao funcionamento do solo como um dreno de CH4".

Em entrevista à Divisão de Comunicação da Esalq-USP, Bieluczyk destacou ainda a escassez de dados sobre emissões de gases de efeito estufa medidas em campo no Brasil, "dificultando extrapolações para todos os biomas brasileiros".

O artigo também revelou que há poucos pesquisadores e instituições atuando nessa área em importantes regiões do país, como Norte e Nordeste, evidenciando a necessidade de apoio à infraestrutura e de recursos para aumentar o número de estudos nesses locais.

Também foi enfatizada a busca por aprimoramentos metodológicos e oportunidades de pesquisa, incluindo a urgência de priorizar medições frequentes de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) em múltiplos sistemas de CSA ao longo de vários anos.

"Isso permitirá cálculos confiáveis de balanço de carbono e removerá barreiras decorrentes da falta de resultados abrangentes para implementar programas de certificação, possibilitando incluir sistemas de CSA no mercado de carbono e em outros mecanismos de finanças verdes", avaliou Maurício Roberto Cherubin, professor da Esalq e vice-diretor do CCARBON.

Os autores concluem reforçando que os resultados são importantes para refinar o inventário nacional de gases de efeito estufa e servem como evidência científica sobre o potencial de soluções baseadas na natureza, apoiando novas políticas, projetos e investimentos no Brasil.

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