OPINIÃO | Uma andorinha só não faz verão
Neste ano, o período no Passo da Taquara terá uma nostalgia a mais. Depois de muitos anos, a reativação do Salão Comunitário dos Moradores foi retomada por um grupo que não permitiu ver, o que foi construído por muitos, desmoronar
André Liziardi*
“Quem vira mundo não para, nem, tampouco, desanima”, começo a minha escrita com esse verso de uma música do Marenco, buscando trazer o reflexo do passar dos anos na vida de todos nós. Dezembro, ao menos para mim, é um mês de remoer memórias, tirar velhos fantasmas do armário e tomar um café ou uma cerveja com eles.
Enquanto escrevo, preparo-me para o ritual de fim de ano: visita ao interior de General Câmara para o Natal para, em seguida, rumar ao Litoral Norte. Confesso que já faz alguns anos que esse é o meu roteiro imutável de celebração. Sempre com as lembranças dos que não estão, além da certeza que logo ali na curva do tempo outros nos deixarão.
Neste ano, o período no Passo da Taquara terá uma nostalgia a mais. Já que, depois de muitos anos, a reativação do Salão Comunitário dos Moradores foi retomada por um grupo que não permitiu ver, o que foi construído por muitos, desmoronar. Tento, ao longe, acompanhar a evolução do espaço. Foi limpeza. Troca de telhado. Instalação elétrica e hidráulica. Parte burocrática. Um trabalho imenso, conduzido por quem fez a frente e não esmoreceu. E, muito importante, conta com o apoio da comunidade local.
A cada passo que tive notícia, vinham as lembranças de guri do interior. Primeiro na construção, na qual um mutirão ajudava da forma que sabia. Depois na formatura de um curso de dança gaudéria, ali eu soube que eu nunca seria um dançarino. As últimas lembranças do local são de despedidas de quem foi e ainda é uma saudade imensa.
Sempre me refiro ao Passo da Taquara como um lugar de memórias. Ano a ano, as pessoas que fizeram parte de lá estão indo para debaixo da terra, muitos no cemitério da Roça Velha. E seguem sendo lembrança de muitos de nós. É um gosto, porém, quando encontro outros exilados desta terra e poder falar: Estão reerguendo o salão da comunidade novamente.
O título deste escriba faz jus a um grupo de mulheres que fundou o Clube de Mães As Andorinhas, após elas veio a Associação de Moradores do Passo da Taquara, mais para frente a Capela Menino Jesus de Praga. Ainda lembro de uma das apresentações na popularmente “Escola da Cota” (antes D. Pedro II, hoje Professora Oraida Faleiro Pereira) na qual cantaram que “uma andorinha só não faz verão”. Creio que lá estava a Nala, a Maria Luíza, a Terezinha, a Cleci, a Ieda e tantas outras que minha memória esquece. Depois veio o Valdir, os Jaires, o Elton, o João, o Erli, o Joelson, o Hélio e tantos mais que levantaram o Salão da Comunidade do Passo da Taquara. São para esses homens e mulheres que devemos nos unir para mantermos o local em pé.
Escrevo até aqui para dizer que no próximo sábado, dia 23, ao meio-dia, terá uma bela galinhada para angariar recursos para reforma do Salão. Será servido no local (salão do Passo da Taquara) ou para quem quiser levar para casa. Fica o convite para prestigiarem, em especial para todos de General Câmara (cidade ou interior). Confesso que já estou esperando pela data, pois sei que a Carla e Fernando vão se esmerar no dia, como sempre fazem.
(*) Jornalista
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