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São Jerônimo, RS, 22/11/2024

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OPINIÃO | Um escultor inspirado na Volta dos Freitas

Em entrevistas, João Bez Batti costuma dizer que foi salvo pelos seixos do rio Taquari - jornalista André Liziardi

Reprodução
OPINIÃO | Um escultor inspirado na Volta dos Freitas João Bez Batti
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André Liziardi *

Em uma conversa com o idealizador da página Memória e Cultura de General Câmara, Josinei Ricardo Azeredo, fiquei sabendo da ligação da artista plástica Zoravia Bettiol com o desenvolvimento educacional do município. Já que seu pai foi um dos primeiros professores do então Ginásio, hoje Instituto Estadual de Educação Vasconcelos Jardim.

Conheci a Zoravia em 2014, na época em que eu trabalhava com exposições de arte na Galeria Stockinger, em Porto Alegre. Viúva do artista plástico Vasco Prado, Zoravia tem mais uma relação com General Câmara, mas desta vez com o interior do município.

Ela e o marido foram professores do escultor João Bez Batti, nascido em Venâncio Aires, mas que viveu sua infância, até cerca dos 10 anos, na localidade de Volta dos Freitas, no interior camarense, às margens do Rio Taquari.

Conforme a biografia do artista, ele encontrou inspiração no local para esculpir e imortalizar obras em pedra basáltica, uma das pedras mais resistentes e duras que existem.

Mesmo vivendo minha infância e adolescência no interior, estudado na escola da localidade de Volta dos Freitas, eu desconhecia a existência do Bez Batti até 2017. No ano em questão, fiquei responsável por receber alguns professores da UFpel e UCS em Taquari e, para minha surpresa, uma das primeiras perguntas feitas por um dos visitantes era como chegar até a Volta dos Freitas. Indiquei a barca e a localização da cascalheira da localidade. E lá se foram dois dos meus visitantes visitar o local de infância de Bez Batti.

Fui pesquisar mais sobre a vida do homem que se apaixonou pelas pedras do Rio Taquari. Constatei que ele é artista renomado e respeitado mundo a fora. Criado às margens do Rio Taquari, enquanto criança acompanhava a mãe lavar roupas. Em entrevistas, Bez Batti costuma dizer que foi salvo pelos seixos do rio. E um desses seixos é na Volta dos Freitas.

Infelizmente ainda não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas o mesmo mantém um ateliê em Bento Gonçalves, firme e forte.

Ao conhecer a história dele, que também é de origem italiana, eu percebi que além de parte da minha família paterna, que viveu entre Itaipava das Flores e Volta dos Freitas, outros descendentes italianos estiveram por ali.

E, também, que General Câmara é muito rica em história, e não só restrita a sede, mas do interior também. Oxalá, possamos conhecer mais histórias! Sejam dos bailes, nos quais o pessoal ia de carroça, ou quando se projetou até uma pista de avião nos confins do município.

(*) Jornalista

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