Seja bem-vindo
São Jerônimo, RS, 06/07/2024

  • A +
  • A -
Publicidade

OPINIÃO | O triste fim do Arsenal de Guerra

É triste pensar que, em breve, grande parte das casas brancas com aberturas azuis, que tanto me encantavam enquanto guri do interior de General Câmara, possa deixar de existir

Reprodução / Facebook
OPINIÃO | O triste fim do Arsenal de Guerra O triste fim do Arsenal de Guerra
Publicidade

André de Freitas Liziardi*

General Câmara e Arsenal de Guerra sempre andaram juntos na história mais recente da terra de encontro dos rios Taquari e Jacuí. Ao se instalarem na então Margem, lá pela década de 1930 e com um canetaço do Estado Novo, troca-se a sede administrativa de Santo Amaro para a Margem, logo denominada como General Câmara. Isso tudo sem consultar a população da época. Lembro-me dos meus tios-avôs de Venâncio Aires sempre se referindo ao município como Santo Amaro e nunca General Câmara. Ainda hoje, aqui em Taquari, brinco que quando atravesso a barca para visitar meus pais estou indo para Margem.

Já nas décadas de 1940, 1950 e 1960, creio que deva ter adentrado na de 1970, foram os áureos tempos do Arsenal de Guerra e da efervescência cultural da Margem, ops, digo General Câmara. Cassinos, clubes, festas, orquestras e até cinema movimentavam a vida da cidade, tanto para civis como para militares.
___________
LEIA TAMBÉM
Arsenal de Guerra General Câmara já tem data para encerrar atividades
VÍDEO | Documentário conta a história do Arsenal de Guerra General Câmara
___________

A partir dos anos 1980 começa o abandono do local, com prédios sucateados sem manutenção e, como uma tragédia anunciada culmina com os últimos atos: o anúncio da saída do Arsenal de Guerra de General Câmara e, ontem, com um vídeo divulgado nas redes sociais com a destruição de parte das casas que compõem o conjunto arquitetônico da vila militar de General Câmara. Destruição realizada, ao que indica, por componentes lotados no Arsenal de Guerra.

Mais uma vez, uma decisão que pega a população de surpresa. Sem consulta, sem a efetiva participação dos que ficam. Os imóveis, propriedades da União, poderiam, e podem, servir para habitação ou para empreendimentos.

Infelizmente a falta do diálogo com a comunidade causa situações assim. Na última vez que estive na cidade percorri alguns pontos para mostrar para amigos e me entristeceu ver alguns locais abandonados, como o Cassino dos Oficiais e parte dos casarios. Mas também é louvável lembrar da recuperação de alguns locais, como o prédio da antigo Cassino dos Sargentos e a atual sede do Cras, em frente à Igreja São Nicolau. Ambos realizados pela atual gestão municipal.

Os imóveis pertencentes ao Arsenal de Guerra são parte de um patrimônio histórico de General Câmara e guardam memórias da população. Pensar na preservação deve-se passar obrigatoriamente em garantir esse legado, de forma a torná-la de fato dos camarenses. Buscando, por óbvio, formas de preservação.

É triste pensar que, em breve, grande parte das casas brancas com aberturas azuis, que tanto me encantavam enquanto guri do interior de General Câmara, possa deixar de existir. Que possamos, sociedade civil e poderes constituídos, reverter essa triste situação.

(*) Jornalista

>Clique aqui e receba notícias pelo WHATSAPP
>Clique aqui e receba notícias pelo TELEGRAM


 

Publicidade



COMENTÁRIOS

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.