Leite deve ficar ainda mais caro no Rio Grande do Sul no mês de agosto
Só em 2022, o produto já acumula 41,32% de alta ao consumidor
O litro do leite deve ficar ainda mais caro em todo o Rio Grande do Sul. O valor de referência do leite projetado para o Estado em julho é de R$ 3,4163 o litro. O indicador – que considera apenas os primeiros dez dias do mês – foi divulgado pelo Conselho Paritário Produtores / Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite) nesta terça-feira (19/07).
Em maio, o preço de referência era de R$2,48. Em junho, R$2,86. Neste mês, o preço teve um salto para R$ 3,41. O aumento representa um reajuste total de total de 37,46%.
BOM PARA O PRODUTOR, RUIM PARA O CONSUMIDOR
Segundo o coordenador do Conseleite, Eugênio Zanetti, o momento é de recuperação para o produtor e para a indústria que há meses vêm sentindo os impactos da alta dos custos de produção.
- Se nós continuássemos naquela situação, teríamos muito mais produtores abandonando a atividade, a indústria encerrando suas atividades e o Brasil teria que importar leite e derivados de outros países - ponderou.
Para o consumidor, os preços do leite e de seus derivados devem manter o viés de alta até pelo menos o mês de outubro. Só em 2022, o leite já acumula 41,32% de alta; já nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 36,9%. Entre os derivados, o acumulado do ano é de 14,74%, enquanto a alta em 12 meses é de 23,3%.
Os produtos lácteos que mais registram alta são o iogurte (+36,69% em 12 meses) e a margarina (+33,25% no mesmo período). O leite em pó registrou a menor alta em 12 meses, de 9,62%. No entanto, há redução da oferta do produto no mercado nacional – e o consequente aumento do seu preço.
O volume do produto exportado de janeiro a maio deste ano chegou a 5,2 toneladas. Trata-se de 62,5% a mais do que o mesmo período em do ano passado, quando foram exportadas 3,2 toneladas.
A partir de outubro, as chuvas voltam com maior regularidade, recuperando as pastagens, principalmente na região sul do País. Isso deve diminuir os gastos com ração para alimentar o gado – vale destacar que em torno de 70% da ração animal é composta de soja, cujo preço teve um salto de 20% nos últimos 12 meses.
Além disso, os custos com combustível e energia vêm impactando a cadeia de produção do leite. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preço ao Produtor da indústria de laticínios avançou 30,69% nos últimos 12 meses.
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