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São Jerônimo, RS, 19/09/2024

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Caso Ronei Jr.: defesas dos réus concluem primeira parte do júri desta sexta-feira

Defensora sustenta que a situação de saúde de Ronei Jr. naquela noite foi agravada, ocasionando a morte, por uma doença autoimune que o rapaz teria

Juliano Verardi / DICOM / TJRS
Caso Ronei Jr.: defesas dos réus concluem primeira parte do júri desta sexta-feira Defensora Pública Tatiana Boeira atua em favor do réu Leonardo Cunha
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Ainda pela manhã, o júri do Caso Ronei Jr. teve prosseguimento com a apresentação das defesas dos réus. A Defensora Pública Tatiana Boeira, que atua em favor do réu Leonardo Cunha, foi a primeira a falar. O tempo para as defesas foi dividido em 50 minutos para cada um dos representantes dos réus, por ordem alfabética.
Ela sustentou que a situação de saúde de Ronei Jr. naquela noite foi agravada, ocasionando a morte, por uma doença autoimune que o rapaz teria. A Defensora disse aos jurados que o júri anterior a este foi dissolvido para que fosse feito um laudo pericial que possibilitasse comprovar isso. Segundo ela, o laudo pericial não trouxe essa comprovação: "Não tenho atestado, mas tenho documentos e a palavra da médica que atendeu Ronei aqui no hospital em Charqueadas, dizendo que o pai referiu isso."
A partir daí, ela apresentou documentos sobre o histórico médico do rapaz que afirmaria a tese da defesa de que ele teria tido episódios de sangramento acima do normal em outras situações.
"Essa síndrome é uma doença autoimune e não tem como sintoma sangramento excessivo e, sim, de formação de coágulos de sangue. E, por isso, se toma AAS, para dificultar a formação de trombos. Ele tomava medicação para isso. Isso não constava no processo, mas eu pedi o prontuário do atendimento em Charqueadas e ali dizia que ele fazia uso do medicamento e tinha deficiência de anticoagulantes. O perito diz que não tem diagnóstico, mas deram uma vitamina, chamada vitamina K, naquela noite, para ele no hospital. Ele anula o efeito do AAS".
"Não conseguimos ninguém disposto a falar sobre erro médico em um processo com a repercussão como esse para ajudar na defesa", afirmou a Defensora Tatiana Boeira.
Ela concluiu com o pedido de que seja considerado que o menino morreu porque não foi tratado de forma adequada ao chegar no hospital. Sobre a participação do réu Leonardo, ela alegou que foi de menor importância.

DEFESA DE PETERSON

Em seguida, o Advogado Diorge Diander da Cunha Rocha e a Advogada Pâmela Aquino, defensores do réu Peterson Oliveira, fizeram a arguição em defesa dele. "A defesa não quer culpar as vítimas, as autoridades, o Ministério Público. Jamais culparia a família. O que a defesa quer fazer é que vocês tenham olhar crítico com relação a este caso. Ouvimos aqui a acusação tratar os acusados como animais. Enquanto tratarmos pessoas acusadas, jovens e crianças como animais, vai gerar revolta. Não queremos que vocês fiquem insensíveis, mas isso importa. A cidade de Charqueadas tinha história de violência e de briga e muitas medidas poderiam ter sido tomadas. Isso não reduz a culpa do Peterson. Ele espera uma condenação justa. Trazemos elementos jurídicos e não discurso. Quais são os delitos que temos? Homicídio qualificado com relação ao falecimento de Ronei Jr., mas é preciso avaliar a causa da morte e o que ensejou a briga. Qual a vinculação do que ele fez com a morte? Houve lesão corporal seguida de morte. Isso que está demonstrado. Não há tentativa de homicídio com relação aos demais. Se eles não tivessem fugido, não teria ocorrido? Isso é uma presunção. Não pode se julgar por isso, pois não ocorreu. Não há nenhum elemento que prove por qual motivo Peterson queria matar Ronei Jr.", afirmou a Advogada.

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Advogado Diorge defendeu o réu Peterson juntamente com a Advogada Pâmela Aquino | Foto: Juliano Verardi / DICOM / TJRS



Já o Advogado Diorge Rocha deu sequência com a pergunta sobre quem eram os responsáveis pelo evento? Ele exibiu o vídeo do depoimento da testemunha Cláudia Silva, agente penitenciária, que ficou durante a festa na portaria, já que a filha, integrante da organização, disse que não haveria adultos no local. "Me chamou atenção que não havia nenhum contrato com o clube", disse ele.
"Os jovens que estavam organizando uma festa pública não tinham noção do que poderia acontecer. Se tivesse um adulto envolvido, saberia que poderia haver bebida, drogas e as consequências. Ninguém se preocupou com isso. Sobre a consciência da ameaça, depoimentos mostraram que no início da festa já tinha clima de animosidade. O Peterson só conhecia a Francieli. Isso era tragédia anunciada. A briga entre eles era prevista. O Delegado disse que as ameaças começaram no início da festa, que havia queixas e relatos na cidade sobre os incidentes, anteriores à data. Já existiam pessoas amigas que praticavam algum tipo de delito. Mas ele caiu em contradição quando disse que não havia notícia de que os delitos estariam relacionados. A nossa tese é de lesão corporal seguida de morte porque o Peterson não tinha intenção de brigar e nem tentou matar as outras vítimas."

DEFESA DE VINÍCIUS

Por último, o Advogado Celomar Cruz Cardozo, do réu Vinicius Adonai Silva, sustentou seus argumentos. "Richard disse que não se lembra se quem deu soco nele foi Vinicius ou outro acusado", disse o defensor.




Advogado Celomar defendeu o réu Vinícius | Foto: Juliano Verardi / DICOM / TJRS



O Advogado mostrou depoimentos de Richard em diversos momentos para dizer aos jurados que ele não teria certeza de ter visto o réu que ele defende. Ele mostrou trechos em que Richard fala que não sabe quem agrediu ele, se Vinicius ou outro acusado, pois os dois estariam na porta do clube.
Sobre a ordem de comando que Vinicius teria sobre o grupo e a ordem para atacar, imputada à Vinicius, o Advogado disse que o vigilante do supermercado, como testemunha, não confirmou ter ouvido.
"Richard diz um coisa em um momento e depois muda o que diz, o senhor Ronei não confirma sequer se viu Vinicius e Franciele diz que acha que viu. Não se tem nos autos alguém que tenha dito que foi agredido pelo Vinicius e que o reconheceu na agressão. Nas ocorrências que constam nos autos, o Vinicius não aparece em nenhuma. O que se tem é uma generalização. Sabemos que ele estava lá, pois ele mesmo confirmou que estava, mas não se tem certeza de que contribuiu para a morte ou tentativa de homicídio", concluiu o defensor ao afirmar que existem muitos depoimentos contraditórios.
A segunda parte do júri ocorre nesta tarde, após o intervalo do almoço, com a réplica e a tréplica entre acusação e defesa. Na sequência, o Conselho de Sentença se reunirá na sala secreta para decidir.

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