Caso Ronei Jr: ‘Uma covardia sem tamanho’, diz testemunha ao apontar para réus
Vigiante disse que viu os agressores comemorarem quando o carro arrancou. Manhã do segundo dia de julgamento teve depoimentos das últimas testemunhas de acusação
O segundo dia de julgamento que apura as responsabilidades da morte de Ronei Faleiro Jr. foi retomado às 9h15 desta quinta-feira (23/6), no Salão do Júri do Foro da Comarca de Charqueadas.
O Juiz de Direito Jonathan Cassou dos Santos abriu a sessão com o depoimento do vigilante Leandro de Souza Silveira. Ele foi a primeira testemunha a falar e contou que trabalhava como vigia no supermercado que fica do outro lado da rua de onde ocorreu fato.
- Estava na lateral do mercado e ouvi barulho de vidro quebrando e fui para a frente do estabelecimento e vi um monte de gente em cima do carro de seu Ronei. Dava para ver ele no meio da galera tentando afastar todos das agressões. No carro chegou a voar garrafa. Tudo naquele formigueiro. Acho que tinha umas 30 pessoas. Dividiu o monte e um pouco foi para o lado do motorista. Abriram a porta e ele afastou. Daí, abriram a outra porta e ele foi e afastou também. Eles jogavam alguma coisa para dentro do carro. Na terceira vez ele conseguiu fugir. Ele levou soco, chute. Foi tudo muito rápido. Como ele não caiu, eu não fui ajudar. Era muita gente em cima de um cara sozinho. Quando descobri que tinha tido uma morte achei que era ele. Depois que o carro arrancou, vi dois ou três que jogaram garrafas no carro – disse.
Durante o depoimento, o vigilante apontou para os réus e disse que eles estavam circulando nas redondezas do clube na noite do fato e passaram em frente ao mercado. Ele apontou para os réus Leonardo e Peterson ao falar que viu os agressores comemorarem quando o carro arrancou.
- Uma covardia sem tamanho. Fiquei mal por um bom tempo por não ter ido ajudar - afirmou Leandro de Souza Silveira.
A última testemunha de acusação foi Gustavo de Souza Barth, colega de Ronei Jr. e também um dos organizadores da festa da turma. Gustavo contou que era encarregado de administrar a pistola de tequila que era servida aos convidados.
- Eu era da turma que estava angariando fundos para a formatura. Era amigo, mas não tão próximo do Ronei Júnior. Eu fiquei até o final e lembro que a gente ia contar o dinheiro arrecadado. Estava junto com o Ronei e a Franciele e ouvi que o pessoal ia pegar o Richard na saída da festa. Ronei estava esperando o pai dele. Quando ele chegou, o Jr. pediu para dar carona para amiga e o namorado. O pai confirmou. Quando eles abriram a porta para ir embora, eu fui atrás e vi quando eles desceram a escada e começaram os gritos, os empurrões e as garrafas voando e quebrando. Tudo foi muito rápido. Eu voltei para o clube e não vi bem o que houve na rua. Nem lembro como fui embora, se de carona ou táxi. Só sei que saí pela porta lateral. Achei que era uma briga normal. Quando cheguei em casa, vi no celular, no grupo da turma, que tinha um adolescente no hospital. Só soube da morte no outro dia. Nunca tinha passado por isso na vida, uma morte de alguém próximo. Achei que, como o pai dele estava junto, não iam fazer nada. Mas não respeitaram o pai do Ronei. Foi um bolo chegando nos quatro, mas só ouvi, não lembro de ter visto porque voltei rápido para dentro do clube. A formatura acabou não acontecendo porque a turma ficou dilacerada- disse.
"Pareciam animais enfurecidos", foi frase que o colega de Ronei Jr. teria usado em depoimento na delegacia.
- Foi um ataque, uma multidão de gente. Atacaram sem dó nem piedade. Não houve nem tentativa de intimidar. Foi ataque direto. Acho que tinha uns 20 agressores - afirmou Gustavo.
Jurados perguntaram para a testemunha se havia algum tipo de hostilidade ou ameaça a ele quando ia em festas na cidade de São Jerônimo. Gustavo negou.
À tarde, júri prossegue com a oitiva de duas testemunhas de defesa e os depoimentos dos réus. Assista neste link.
Neste primeiro júri do caso Ronei estão no banco dos réus, Leonardo Macedo Cunha, Peterson Patric Silveira Oliveira e Vinicius Adonai Carvalho do Silva.
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