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São Jerônimo, RS, 19/09/2024

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Caso Ronei Jr.: ‘Todo morador de Charqueadas sabia que mais cedo ou mais tarde eles iam matar alguém’, diz delegado

Duas vítimas e o delegado Rodrigo Reis prestaram depoimentos durante a tarde e noite de hoje; julgamento segue amanhã

Juliano Verardi / TJRS
Caso Ronei Jr.: ‘Todo morador de Charqueadas sabia que mais cedo ou mais tarde eles iam matar alguém’, diz delegado Delegado do caso na época foi a primeira testemunha a depor, após as vítimas
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Richard Saraiva de Almeida foi a segunda vítima a prestar depoimento no Júri do caso Ronei Jr, iniciado na manhã desta quarta-feira (22/6). O crime, que resultou na morte de Ronei Jr, ocorreu em 1/8/2015 na saída de uma festa, em Charqueadas. O evento, denominado “Uma Noite no México", tinha o objetivo de arrecadar fundos para a formatura de uma turma de Ensino Médio de uma escola particular da cidade.
Ainda que acredite ter sido o alvo das agressões, por estar em uma festa de Charqueadas sendo morador de outra cidade (São Jerônimo), Richard relatou ter levado apenas um soco na cabeça, uma vez que conseguiu prontamente sair do local da festa e entrar no veículo do pai de Ronei.
- Se queriam me pegar, por que bateram tanto nele (Ronei Jr)?! - questionou.
Em depoimento, relatou que durante a festa percebeu que um dos réus, Alisson Barbosa Cavalheiro, estava perto de um pilar o tempo todo olhando para ele, “como se estivesse encarando”. Antes do crime, não conhecia Alisson. Ao final da festa, ficou sabendo por um dos formandos da festa que haviam questionado quem seria o namorado da formanda Francielle Wincke, outra vítima do crime. Richard era namorado dela há cerca de quatro meses antes do crime. Durante depoimento, Francielle relatou ter “ficado” com Alisson cerca de dois anos antes dos fatos.
- Fiquei com muito medo. Vi o Peterson (um dos réus) batendo muito forte nele (Ronei Jr) com uma garrafa. Eles queriam me pegar, mas também bateram nele. Depois disso, nunca mais me senti seguro em qualquer lugar que eu vou - observou Richard.
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Depois de combinarem uma carona com Ronei Jr que aguardava a chegada do pai dele para buscá-lo, desceram as escadas, foi quando perceberam um clima de tensão maior. Com gritos de “vamos pegar”, o casal correu para o carro. Segundo Richard, vários agressores em volta do veículo batiam nos vidros e tentavam entrar. Ele e Franciele foram os primeiros a entrarem no carro. Após ser agredido, Ronei Jr entrou no veículo com a ajuda de Richard.

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Na sequência, depôs a vítima Franciele. Segundo ela, a motivação do crime também teria sido o fato de que Richard seria de outra cidade.
- Entrei dentro do carro pela porta do lado do motorista, Richard entrou atrás. Ronei Jr não conseguiu entrar, pois os guris (réus) puxavam para fora. Depois, o Richard conseguiu puxá-lo para dentro do carro - relatou.

DEPOIMENTO DA PRIMEIRA TESTEMUNHA

O terceiro a depor foi o delegado Rodrigo Machado Reis, na época dos fatos titular da Delegacia de Polícia de Charqueadas, ouvido na condição de testemunha.
- A polícia civil não foi acionada na madrugada do crime. Iniciamos as investigações no sábado (dia seguinte do fato). No domingo, passamos a ouvir testemunhas e vítimas, que relataram tudo com muita precisão - declarou o delegado.
Segundo ele, há relatos na delegacia de duas vítimas que Richard havia sido ameaçado por Alisson dentro da festa.
- Ele teria anunciado: Eu não vou te fazer nada aqui, mas os meus amigos vão - disse.
Outro fato que também chamou a atenção do delegado foi o depoimento de uma das mães de formandos que ajudava a organizar a festa. Ela teria visto dois grupos organizados na rua à espera de alguém sair da festa. Para o delegado, o fato denota que os réus já estavam do lado de fora preparados para agredir Richard. A motivação, segundo o delegado, seria a rixa entre Charqueadas e São Jerônimo.
- O estopim para as agressões foi quando Jonatha (réu Jhonata Hammes) tenta agredir Richard na escadaria. As vítimas receberam garrafadas, chutes, golpes de todos os tipos. Eram muitos agressores e ocorreu muito rápido, eles circularam o veículo. Testemunhas disseram que pareciam animais enfurecidos. Agrediam de forma muito contundente. Se não fosse a ação previamente organizada daquele grupo de adultos e adolescentes o crime não teria ocorrido -  relatou Rodrigo.
O delegado relatou ainda que já era de conhecimento dos moradores da cidade que o grupo “Bonde da Aba Reta” já vinha há alguns anos praticando infrações de menor potencial ofensivo na cidade, no entanto não haviam registros formais desses crimes, entre eles ameaças, injúrias, lesões leves e brigas em festas.
- Todo morador de Charqueadas sabia que mais cedo ou mais tarde eles iam matar alguém. O fato de as vítimas conseguirem empreender fuga evitou a morte de mais pessoas - pontuou.

PROSSEGUIMENTO

Amanhã (23/6), o Júri reinicia a partir das 9h com o depoimento de testemunhas.

Próximos júris
Júri – 4/7
* Alisson Barbosa Cavalheiro
* Geovani Silva de Souza
* Volnei Pereira de Araújo

Júri – 11/7
* Cristian Silveira Sampaio
* Jhonata Paulino da Silva Hammes
* Matheus Simão Alves

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