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São Jerônimo, RS,11/04/2025

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João Adolfo Guerreiro

JOÃO ADOLFO GUERREIRO | Cinco anos do inicio da pandemia

O pior de tudo foi lidar com os negacionistas, os que jogaram contra. Ficaram as marcas, mas nós passamos por isso João Adolfo Guerreiro

Tonho Oliveira
JOÃO ADOLFO GUERREIRO | Cinco anos do inicio da pandemia

João Adolfo Guerreiro

Em março de 2020 entrávamos no maior desafio de nossa geração: a pandemia de Covid-19. Na segunda quinzena do mês ela iniciou aqui na Região Carbonífera. Em 12 de junho, Charqueadas teve o primeiro óbito dela decorrente. Até a chegada da vacina CoronaVac, na segunda quinzena de janeiro de 2021, por uma iniciativa arrojada e oportuna do governo paulista de João Dória Júnior, era o caos e a morte. Tivemos a nossa versão da Gripe Espanhola de 1918, sobre a qual tanto havíamos lido na escola.

O pior de tudo foi lidar com os negacionistas, os que jogaram contra. Contrários ao isolamento e distanciamento social, ao uso de máscaras e a vacina. Não fossem alguns governadores, prefeitos, parlamentos, judiciário e a grande mídia, não sei o que teria sido, dada a postura infame e anti científica do então lamentável governo federal. O fato é que vencemos e sobrevivemos, mesmo com as centenas de milhares de baixas que, talvez, dada a estimada subnotificação de casos em torno de 40%, devam ter superado a casa do milhão no Brasil. Foram, oficialmente, 43 mil no RS, 80% de pessoas acima dos 80 anos. Até hoje, cinco anos passados, vidas são perdidas devido às sequelas deixadas pela pandemia. Muitas, mas vou citar apenas uma, recente, notória aqui no RS: o apresentador Chicão Tofani. Sei de algumas pessoas de minha cidade que faleceram devido à sequelas da Covid-19.

Na nossa família não perdemos ninguém pra pandemia. Seguíamos rigidamente todos os protocolos médicos e epidemiológicos recomendados. Meus pais faleceram no período, eram idosos e diabéticos, mas por motivos outros, muito bem diagnosticados. Se os tivesse perdido pra Covid-19, por desleixo, jamais me perdoaria. Soube de gente que perdeu os pais para ela, num intervalo de apenas 24 horas. Cito também o caso dos pais do deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, que tiveram de fazer prova de vida do INSS no banco, contraíram a doença e faleceram. Tudo muito recente, tudo muito notório. Sei de pessoas que duraram muito pouco, outras que ficaram dias e até meses entubadas, mas felizmente sobreviveram. Rezamos por muita gente que sobreviveu, como o padre Miguel Faleiro e o agente Edison Diovane; e que morreu, como a enfermeira Élida Canto, o vereador Itagoré Poglia e o comerciante Reges Lee. Foram dias difíceis, muito difíceis, mas superados em Charqueadas, na região, no RS, no Brasil e no mundo.

Tudo graças ao trabalho de cientistas, médicos e demais profissionais da saúde, nossos heróis. Muitos deles pereceram estando na linha de frente, salvando vidas, perdendo as suas. Que Deus os tenha, todos, arriscaram e deram a vida pela gente. Lutaram até contra falta de oxigênio, em alguns lugares. Seremos eternamente gratos a todos eles, fizeram a diferença no pior dos piores momentos.

Como faço parte do grupo de risco, então não sabia se estaria aqui, cinco anos depois, escrevendo. Passei a escrever todos os dias pro Portal durante a pandemia, pra ser útil, de alguma forma, naquilo que sei fazer de melhor: escrever. Ajudando a informar e combatendo o negacionismo. Hoje estamos aqui, vivendo normalmente, imunizados. Graças a Deus, à Ciência e aos profissionais da saúde.

A imagem acima, do artista Tonho Oliveira, é do texto que escrevi quando do primeiro ano completo da pandemia. Ficaram as marcas, mas nós passamos por isso.




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